Mauro Cid tem patrulha 24h e muda rotina de área militar após sair da cadeia
Tenente-coronal utiliza tornozeleira eletrônica e está proibido de sair da residência à noite e aos finais de semana
Foto: Geraldo Magela/Agência Senado
Mauro Cid deixou a cadeia após quatro meses e seis dias e trocou a cela de cerca de 20 metros por uma residência com uma metragem cinco vezes maior. A delação premiada concedida ao ex-ajudante de Bolsonaro mudou não só a vida do tenente-coronel, mas também a rotina de toda uma rua onde ele passou a morar.
A localidade, conhecida por possuir residências de outros oficiais, agora conta com militares que se revezam 24h por dia na vigilância, sempre posicionados a cerca de 50 metros da casa de Cid.
Quando veículos estranhos se aproximam, a abordagem é imediata — aos motoristas, é pedido que não estacionem na via. Inspeções na rua também são constantes e mobilizam um grande efetivo.
Atualmente, Mauro Cid utiliza tornozeleira eletrônica, está impedido de ter contato com outros investigados e de deixar a residência à noite e aos finais de semana. O ex-ajudante de ordens também precisa se apresentar semanalmente à Justiça, às segundas.
Ele mora com a mulher, Gabriela Cid, e com a filha. Foi com as duas, inclusive, que ele saiu para fazer o primeiro passeio após a mudança, na última segunda-feira (11), por volta das 13h30m.
Naquele dia, Gabriela aproveitou para desabafar sobre a “superexposição” que sua família tem sofrido nos últimos meses, após virem à tona diversos escândalos envolvendo o militar. Com a confirmação do acordo de delação, porém, ela diz esperar que sua família possa voltar a ter uma vida normal. “Tomara que as coisas se acalmem”, afirmou.
Diversas investigações
Cid é investigado em inquérito da Polícia Federal que apura se houve fraude em informações inseridas nos cartões de vacina de sua família e do ex-presidente da República. Além disso, a Justiça Federal apura trocas de mensagens identificadas em seu celular em perícia realizada pela PF. Ele também é investigado no caso das joias que envolve o ex-presidente Jair Bolsonaro.
Dentro da PF, o acordo de delação tem sido mantido em máximo sigilo. Cid se comprometeu a colaborar em três investigações: sobre o suposto esquema de venda de joias; a fraude nos cartões de vacinas; e as tratativas golpistas.