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Me Too Brasil apresenta queixa-crime no STF contra Silvio Almeida pelo crime de difamação

ONG recebeu denúncias de assédio contra Silvio Almeida enquanto ele era ministro dos Direitos Humanos

Por Da Redação
Ás

Atualizado
Me Too Brasil apresenta queixa-crime no STF contra Silvio Almeida pelo crime de difamação

Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

A ONG Me Too Brasil e a diretora da organização, Marina Ganzarolli, entraram com uma queixa-crime no Supremo Tribunal Federal (STF) contra o ex-ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida. A queixa-crime, que acusa Silvio Almeida de difamação, tem como base vídeos, notas e entrevistas publicadas pelo ex-ministro durante a sua gestão.

O documento, que tem como relatora a ministra Cármen Lúcia, foi apresentado no último dia 28 e protocolado na manhã desta segunda-feira (10). Na ação, a defesa da Me Too Brasil afirma que o ministro excedeu os limites da liberdade de expressão ao acusar a ONG de tentar interferir no processo de licitação do Disque Direitos Humanos — Disque 100, além de sinalizar uma suspeita de superfaturamento.

“A queixa-crime é tempestiva, pois as condutas ofensivas à honra foram praticadas no dia 6 de setembro de 2024, 16 e 24 de fevereiro de 2025 – não tendo sido, assim, ultrapassado o prazo decadencial de seis meses, estipulado no Código de Processo Penal”, aponta a defesa da organização.

Além disso, a ONG afirma que Silvio Almeida tentou desmoralizar a organização para descredibilizar as denúncias de assédio sexual contra ele, incluindo a da ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco.

"Silvio Almeida partiu em verdadeira cruzada voltada à desmoralização e achincalhamento da Querelante [responsável pela denúncia] perante a opinião pública, acreditando que, ao desmoralizar a organização que atendeu as vítimas, descredibilizaria os relatos das mulheres que a procuraram", diz o documento.

Em seguida, a defesa relembra uma entrevista de Silvio Almeida, realizada em 24 de fevereiro, onde o ex-ministro reiterou que foi informado sobre a existência de uma relação entre a ONG e o ministério. Por isso, teria encaminhado o caso para investigação.

Em defesa, a ONG informou que procurou o Ministério dos Direitos Humanos, em setembro de 2024, por meio da Lei de Acesso à Informação (LAI). A pasta informou que:

- Não foram identificados registros de abertura de processos administrativos, auditorias ou identificação de irregularidades na licitação do Disque Direitos Humanos – Disque 100.

- ONGs, como a Me Too Brasil, não poderiam e nem participaram do processo.

- Não houve nenhum superfaturamento no processo licitatório.

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