Médica que denunciou falta de cloroquina em Porto Seguro, na Bahia, é demitida
A médica Raíssa Soares é responsável por um protocolo de aplicação da cloroquina em pacientes com covid-19
Foto: Reprodução
A médica Raíssa Soares, que gravou um apelo ao presidente Jair Bolsonaro sobre a falta de hidroxicloroquina em Porto Seguro, localizado no sul da Bahia, foi demitida do Hospital Regional Deputado Luis Eduardo Magalhães (HRDLEM).
Segundo nota emitida pelo próprio hospital [confira abaixo], a médica, que atuava há um ano na unidade, teria sido procurada pelo setor de contratação com proposta de renovação do contrato, porém, ela teria optado por não renovar o contrato e alegou alta demanda de trabalho devido à pandemia, em que ela atua como diretora de uma Unidade de Pronto-Atendimento da região e também atende em um hospital particular.
De acordo com a Secretaria de Saúde do estado (Sesab), o HRDLEM é gerido por uma organização social, responsável pela contratação dos profissionais de saúde, e a demissão da médica não foi de responsabilidade da Secretaria.
A médica Raíssa Soares é responsável por aplicar um protocolo, dividido em três etapas, sobre o uso da hidroxocloroquina em pacientes com sintomas iniciais da covid-19 no município. Em um vídeo divulgado nas redes sociais ela chega a pedir "súplica" ao presidente Jair Bolsonaro (Sem Partido) para o abastecimento do medicamento na cidade. Depois da divulgação do vídeo, a médica chegou a fazer uma chamada com o presidente, que garantiu o fornecimento dos remédios.
Confira nota na íntegra do Hospital Luis Eduardo Magalhães:
O Hospital Regional Deputado Luis Eduardo Magalhães (HRDLEM), situado em Porto Seguro e administrado pelo Instituto de Gestão e Humanização (IGH), esclarece que a médica Raissa Soares fez parte do quadro clínico da Unidade com carga horária reduzida, cumprindo apenas com 2 plantões mensais.
Dra Raissa foi admitida há 1 ano, e agora, com o contrato já vencido, o setor responsável procurou a profissional, com a proposta de renovação do mesmo, e até aumento da carga horária, tendo em vista que necessitamos de plantonistas com maior disponibilidade.
Acontece que a médica, por decisão própria, optou por não renovar o contrato, com a justificativa da grande demanda de trabalho nesse período de enfrentamento ao Coronavírus, onde ela é diretora da UPA e tem priorizado também os atendimentos em um Hospital particular.
A diretoria do HRDLEM lamenta essa deturpação dos fatos. A abordagem foi para ampliação da jornada, uma vez que a escala vem necessitando de reforços. O desligamento foi aventado pela própria profissional, devido aos seus compromissos externos, e compreendemos seu relevante papel. Reitero que o nosso compromisso é com a saúde da população.