Medicamento contra ebola é eficaz para evitar ciclo de replicação da Covid-19
Quase metade dos pacientes em estado grave tratados com a droga recebeu alta
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Produzido originalmente para combater o ebola, o medicamento antiviral remdesivir apresentou bons resultados em testes contra o novo coronavírus, vírus que causa a Covid-19. Estudos independentes relataram que a substância pe eficaz para evitar o ciclo de replicação do micro-organismo. Uma das pesquisa mostrou índice alto de recuperação dos pacientes que esavam em estado grave.
No fim de fevereiro, pesquisadores da Universidade de Alberta, no Canadá, haviam descoberto que o remdesivir era eficaz contra o vírus da síndrome Respiratória do Oriente Médio (Mers), um coronavírus relacionado ao Sars-Cov-2. A substância é um dos vários medicamentos que estão tendo os ensaios clínicos acelerados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em pacientes com Covid-19 hospitalizados em diversos países.
A análise incluiu dados de 53 pacientes, que foram testados com pelo menos uma dose de remdesivir até 7 de março. Os resultados mostraram que 68% das pessoas tratadas com a substância apresentaram melhora no nível de suporte de oxigênio ao longo dos 18 dias de acompanhamento. Além disso, das 34 que foram intubadas e necessitaram de ventiladores mecânicos, 57% tiveram os tubos respiratórios retirados. Quase metade (47%) recebeu alta hospitalar.
“Atualmente não há tratamento comprovado para a Covid-19. Não podemos tirar conclusões definitivas desses dados, mas as observações sobre esse grupo de pacientes são esperançosas”, afirma Jonathan Grein, diretor do Epidemiologia Hospitalar do Cedars-Sinai e um dos autores do estudo. “Estamos ansiosos pelos resultados de ensaios clínicos controlados para validar potencialmente essas descobertas.”
Grein ainda explica que o uso compassivo do medicamento podem ajudar os cientistas a entender os riscos potenciais, além de dar uma ideia a respeito da viabilidade de um tratamento experimental. “É fundamental que a comunidade médica encontre um tratamento seguro e eficaz para a Covid-19 e que seja suportado por dados sólidos”, afirma o pesquisador.