Mercado aposta em alta de mais de 1 ponto na taxa da Selic em março
Medida faria com que a taxa de juros de 10,75% fosse elevada para 11,75%
Foto: Reprodução/Agência Brasil
A sinalização do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco do Brasil de que o ritmo de aperto da política monetária deve ser reduzido não muda a expectativa do mercado de um aumento de 1 ponto porcentual para a Selic na reunião do colegiado em março, considerando a mediana das estimativas compiladas pelo Projeções Broadcast, o que faria com que a taxa básica do juros de 10,75% fosse elevada para 11,75%.
De acordo com o colegiado, neste momento, é mais "apropriado" um aumento inferior ao ritmo de 1,5 pontos que prevaleceu nas três últimas reuniões. O documento, no entanto, não estabeleceu um consenso no mercado sobre o momento em que o fim do ciclo de aumentos deve ocorrer, com estimativas divididas entre março e maio de 2022.
Em entrevista ao portal R7, o economista João Leal, da Rio Bravo Investimentos afirmou que o BC se arriscou ao adotar essa redução de ritmo de alta.
"O BC tomou um pouco mais de risco nesse comunicado ao adotar a possibilidade de redução do ritmo de alta. Esperávamos que ele deixasse as possibilidades mais abertas, justamente devido às altas recentes da inflação e às pressões sobre os preços", disse.
O economista prevê que a Selic mantenha o patamar de 11,75% até o fim de 2022, com um ciclo gradual de cortes somente em 2023, levando a taxa a 8,0% no encerramento do próximo ano. "O BC não deve arriscar reduzir os juros antes de ter um cenário mais claro de como será o próximo governo em termos fiscais", afirma. Leal espera inflação de 5,4% em 2022 e de 3,3% em 2023.