Mercado financeiro desaprova governo Lula, passam a avaliar gestão de Haddad negativamente e apoiam trabalho de Galípolo no BC, segundo pesquisa Quaest

Um levantamento da Genial Pesquisas, em união ao Instituto Quaest, divulgado nesta quarta-feira (19) aponta que agentes do mercado financeiro desaprovam com uma margem significativa a gestão do presidente Lula, avaliam negativamente a avaliação do ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), e positivamente o comando de Gabriel Galípolo no Banco Central (BC).

A pesquisa mostra que a avaliação negativa de Lula chega a 88%, Haddad de 58% e Galípolo de apenas 8%. O levantamento apresenta margem de erro de 3,4 pontos percentuais para mais ou para menos. 

Participaram da entrevista 106 fundos de investimentos com sede em São Paulo e no Rio de Janeiro, que responderam um formulário online, entre os dias 12 e 17 de março. Foram entrevistados gestores, analistas e tomadores de decisão do mercado financeiro.

Avaliação do governo Lula

Em relação aos números da avaliação do governo Lula, 88% dos entrevistados avaliam como negativo, 8% como regular e 4% aprovam a postura do governo nas atividades econômicas.

Quando questionados sobre as principais motivações para a queda de popularidade do presidente Lula, 64% dos entrevistados apontaram alta nos preços dos alimentos, 56% os problemas na gestão da política econômica, 41% o aumento dos impostos e outros 36% a violência urbana e insegurança.

Investidores passam a desaprovar gestão de Haddad

O cenário para o ministro Fernando Haddad (PT) é de transformação na opinião dos entrevistados, no último levantamento realizado, em dezembro de 2024, a avaliação era favorável ao petista. Agora, a avaliação negativa é de 58%, antes era de 24%, enquanto a positiva é de apenas 10%, contra 41% no final de 2024.

Os gestores e representantes do mercado que consideram o trabalho de Haddad regular são 32%, os números não apresentaram uma mudança muito expressiva, já que em dezembro de 2024 eram 35%.

Dos entrevistados, 85% expressaram a opinião de que atualmente a força de Haddad está "menor" dentro do governo Lula. 14% consideram "igual", e apenas 1% avalia como "maior".

Galípolo não aparece no cenário de desaprovação

Os entrevistados avaliaram positivamente a atuação do presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, que foi escolhido para assumir o cargo em outubro de 2024. Cerca de 45% dos gestores do mercado financeiro avaliaram a atuação dele como positiva, 41% como regular e apenas 8% como negativa. Para esse levantamento foi aplicada uma margem de 6% para aqueles que "não sabiam".

A maioria dos entrevistados, expressaram que "é muito cedo para avaliar" as decisões de Galípolo, que assumiu o cargo em janeiro de 2025. Enquanto 38% avaliou a atuação como "técnica" e outros 5% como "política".

Sobre o direcionamento da política no país, 93% dos entrevistados acreditam que as decisões tomadas levam a economia para o direcionamento errado, enquanto outros 7% acreditam que a economia está no 'caminho' certo. Os dados de dezembro de 2024 apresentam 96% que avaliam as decisões como incorretas e 4% como corretas.