Mercado projeta crescimento econômico de menos de 1% em 2022, diz Focus

O documento utiliza estimativa de mais de 100 instituições do mercado financeiro para os principais indicadores econômicos

Por Da Redação
Às

Mercado projeta crescimento econômico de menos de 1% em 2022, diz Focus

Foto: Reprodução/R7

A expectativa do mercado financeiro para o desempenho da atividade econômica em 2022 ficou em 0,93%. Apesar de ser a sexta redução consecutiva na projeção, essa é a primeira vez que o patamar fica abaixo de 1%. Há quatro semanas, o crescimento esperado era de 1,50%. 

Os dados são do Boletim Focus do Banco Central (BC), divulgado nesta terça-feira (16). O documento utiliza a estimativa de mais de 100 instituições do mercado financeiro para os principais indicadores econômicos.

Neste mesmo período, a média das previsões dos agentes financeiros para o Produto Interno Bruto (PIB) 2021, novamente apresentou redução, de 5,01%, há um mês, para 4,88%.

No entanto, as estimativas para a inflação deste e do próximo ano seguem em alta. Para 2021, a previsão para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a inflação oficial do país, passou de 8,49% para 9,77% em um mês. A expectativa para o IPCA em 2022 também passou de 4,18% para 4,79%.

De acordo com a meta de inflação fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), o IPCA não deveria passar dos 5,25% neste ano. O centro da meta é de 3,75%, porém, a margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo ajuda na variação do índice de 2,25% a 5,25%.

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou nesta terça-feira (16), em Lisboa, que é a primeira vez que o Brasil sofre pressão inflacionária interna e importa, ao mesmo tempo, inflação de outros países.

“Demoramos a entender onde de fato estava o problema. O que a gente vê é uma grande alta da inflação mundial. Para o pós-pandemia, o comércio mundial foi organizado para minimizar estoques e fazer o máximo de eficiência em termos de estoque possível e maximizar vantagem comparativa”, disse.

“Isso significa que cada país produz o que tem de vantagem comparativa: vou voltar a fazer coisas em que eu não tenho vantagem comparativa. É preocupante. Significa crescimento mais baixo e com menos eficiência lá na frente. Os governos demoraram a entender. O volume de recurso colocado foi muito grande”, acrescentou.

O BC vem trabalhando nos últimos meses, com o movimento de alta da taxa básica de juros, a Selic, principal instrumento monetário para controlar a alta inflacionária. Atualmente, a taxa está em 7,75% ao ano. O mercado já espera que em 2021 a Selic finalize em 9,25% a.a. e alcance 11% a.a. em 2022. A próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) acontece nos dias 7 e 8 de dezembro. 

Comentários

Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site. Se achar algo que viole os termos de uso, denuncie:redacao@fbcomunicacao.com.br
*Os comentários podem levar até 1 minutos para serem exibidos

Faça seu comentário