Michelle Bolsonaro é cotada como nova liderança da direita em meio a restrições a Bolsonaro

O senador Wellington Fagundes (PL-MT), líder do Bloco Vanguarda, defendeu nesta terça-feira (22) que a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro assuma um papel de liderança no campo conservador, diante das medidas cautelares que restringem a atuação política do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O parlamentar afirmou que pretende tratar do tema diretamente com o ex-presidente e destacou que a oposição deve apoiar Michelle nesse processo.

Atualmente à frente do PL Mulher, Michelle Bolsonaro mantém bom trânsito político e é bem vista por parte do eleitorado, mas seu nome ainda não é consenso dentro do partido. O deputado Paulo Bilynskyj (PL-SP), presidente da Comissão de Segurança Pública da Câmara, ao ser questionado sobre uma eventual candidatura de Michelle em 2026, ponderou que a manifestação de um parlamentar não representa a posição coletiva da sigla e reafirmou que "o candidato é Bolsonaro".

A senadora Damares Alves (Republicanos-DF) também se posicionou favoravelmente ao fortalecimento de Michelle como liderança da direita, destacando que a ex-primeira-dama tem potencial para se tornar a principal voz conservadora do país. Aliados de Michelle ouvidos reservadamente avaliam que sua imagem, associada a valores evangélicos e a um perfil mais discreto, garante maior aceitação entre os eleitores em comparação a outros integrantes da família Bolsonaro.

Desde a operação da Polícia Federal que impôs o uso de tornozeleira eletrônica a Jair Bolsonaro, Michelle tem evitado aparições públicas e se manteve em silêncio sobre as medidas judiciais, restringindo-se a compartilhar mensagens religiosas em suas redes sociais. Durante a ação, a senadora Damares relatou que a ex-primeira-dama teria sido constrangida por agentes que cumpriram mandado de busca e apreensão enquanto ela ainda estava em casa, de pijama.