Miliciano fingia ser policial e participava de operações no RJ, diz MP
A milícia fazia pagamentos para Russo repassar informações privilegiadas da Polícia Civil a integrantes da organização criminosa
Foto: Reprodução
Conhecido como "Russo", o miliciano Luiz Ricardo Barreira da Cruz, fingiu ser policial civil no Rio de Janeiro, segundo o Ministério Público estadual. Entre 2021 e 2023, participava de operações policiais, com uniforme de distintivo da Polícia Civil, e de reuniões sobre investigações sensíveis. A informação é da coluna de Guilherme Amado do Metrópoles.
Luiz Ricardo foi alvo de uma operação do MP do Rio na quinta-feira (25/4) que mirou milicianos ligados ao bonde do Zinho, que atuam na Zona Oeste do Rio. O miliciano segue foragido.
O MP do Rio de Janeiro apontou que a milícia fazia pagamentos para Russo repassar informações privilegiadas da Polícia Civil a integrantes da organização criminosa. Luiz Ricardo foi denunciado pelo órgão por usurpação de função pública, organização criminosa, tráfico de armas e lavagem de dinheiro. A denúncia, que embasou a operação, será analisada pela Justiça estadual.
Conversas reveladas pela quebra de sigilo telefônico de Luiz Ricardo, mostraram buscas no sistema da Polícia Civil, usando a senha de outro policial, para abastecer a milícia com informações.
Em uma das ocasiões, Russo informou ao miliciano Wagner Evaristo, conhecido como Playboy, que um carro que rondava a casa do miliciano era da Delegacia de Polícia Judiciária Militar da Polícia Militar do Rio (setor que investiga policiais envolvidos com organizações criminosas).
Segundo o MP, Luiz Ricardo não fingia ser policial civil em uma delegacia fixa. O criminoso alternava entre a 29/ delegacia de Polícia Civil, em Madureira, e a 33° DP, em Realengo. Em 2017, ele foi preso pela Polícia Civil, corporação da qual fingiu fazer parte quatro anos depois, por suspeita de assassinar um mecânico em São Gonçalo (RJ).