Ministério da Justiça avisa a Moraes que solicitou extradição de Ramagem
Ex-parlamentar foi condenado a 16 anos e um mês de prisão pela participação na trama golpista

Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil e Marcos Oliveira/Agência Senado
O Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) disse, nesta segunda-feira (22), ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que já encaminhou ao Ministério das Relações Exteriores (MRE) o pedido de extradição do ex-deputado federal, Alexandre Ramagem (PL-RJ).
Ramagem está no momento nos Estados Unidos desde setembro deste ano, depois de fugir do Brasil. O ex-parlamentar foi condenado a 16 anos e um mês de prisão pela participação na trama golpista, por três dos cinco crimes imputados pela Procuradoria-Geral da República (PGR).
Moraes pediu no dia 15 de dezembro que o MJSP organizasse a documentação e desse prosseguimento ao pedido de extradição de Ramagem. O pedido, conforme comunicado encaminhado ao ministro, foi entregue ao MRE na última quarta-feira (17). Agora cabe ao Itamaraty oficializar o pedido junto às autoridades norte-americanas.
Alexandre de Ramagem teve o mandato de deputado federal cassado pela Mesa Diretora da Câmara dos Deputados, na última quinta-feira (18). O motivo foi a condenação pelo STF no processo que investigou a tentativa de golpe de Estado.
Nesta segunda-feira (22), a esposa do ex-deputado federal, Rebeca Ramagem, anunciou nas redes sociais que o marido tem intenção de colocar cursos on-line à venda.
Retomada dos processos
Também hoje, Moraes determinou a retomada do processo contra o deputado cassado Alexandre Ramagem (PL-RJ) na Corte. Algumas ações dentro do processo da trama golpista haviam sido suspensas pois parte das acusações se refere a fatos que aconteceram depois da diplomação do mandato, em dezembro de 2022, período em que a Constituição visa imunidade parlamentar.
Ramagem pode ser condenado pelos crimes adicionais, o que pode ocasionar aumento da pena. O ex-parlamentar teve a perda de mandato decretada pelo então presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), no dia 18 de dezembro.
Moraes agendou uma audiência de instrução para o dia 5 de fevereiro de 2026. A audiência será conduzida por videoconferência. Nela serão ouvidas as testemunhas arroladas pela defesa e pela acusação, comandada pela Procuradoria-Geral da República.


