Ministério Público da Bahia inicia investigação sobre morte de bebê em maternidade de Salvador

O Ministério Público da Bahia (MP-BA) informou que vai iniciar uma investigação sobre o caso da morte de um bebê durante trabalho de parto na Maternidade Albert Sabin, localizada na Estrada do Coqueiro grande, em Salvador. O caso aconteceu na quinta-feira (31).

Segundo o MP, a investigação do caso será encaminhada por meio de Promotoria de Justiça de Saúde da capital para identificar se a morte do bebê teria sido causada por erro de algum profissional de saúde, o que pode resultar em responsabilização criminal. O ministério informou que também será apurado se houve violência obstétrica - violência caracteriza pelo desrespeito, abusos e maus-tratos durante a gestação e/ou no momento do parto, seja de forma psicológica ou física. 

Em entrevista à TV Bahia, a mãe da criança, Liliane Ribeiro contou que realizou o pré-natal em unidades de saúde públicas e privadas e que a Anabelly estava saudável e sem problemas aparentes. Os médicos recomendaram que fosse feito parto cesáreo, por ser mais seguro, considerando o tamanho do bebê. Liliane informou que foi obrigada a realizar um parto normal, apesar da recomendação dos profissionais anteriores.

A mulher também relatou ter sido destratada pela equipe da maternidade. Durante o trabalho de parto, um membro da equipe teria pedido que ela "parasse de presepada". Ela informou que uma médica que a assistiu teria realizado uma manobra para retirar o bebê, Liliane afirma que a profissional usava uma luva rasgada e que perfurou o pescoço do bebê com a unha durante o procedimento.

A Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab) declarou por meio de nota que, ao tomar conhecimento do fato, deu suporte e acolhimento à família. "Ressaltamos ainda que uma sindicância será rigorosamente conduzida para apurar com transparência as circunstâncias do óbito, respeitando os direitos dos envolvidos e mantendo o compromisso com a ética e a excelência no atendimento", afirmou a pasta.

Em um pronunciamento oficial, o Conselho Estadual de Saúde da Bahia (CES) informou que uma vistoria vai ser realizada juntamente com a Comissão Intersetorial de Saúde da Mulher (Cismu), para avaliar as condições da maternidade e solicitou a Coreegedoria da Saúde a abertura de um Processo Administrativo Disciplinar (Pad).