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Ministério repudia discriminação contra a mulher durante CPI da Pandemia

Nota cita depoimentos das médicas Mayra Pinheiro Nise Yamaguchi (convidada).

Por Da Redação
Ás

Ministério repudia discriminação contra a mulher durante CPI da Pandemia

Foto: Agência Brasil

A Secretaria Nacional de Políticas para as Mulheres, órgão ligado ao Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, repudiou, em nota divulgada nesta quarta-feira (2), os atos de discriminação contra a mulher ocorridos nos depoimentos na Comissão Parlamentar de Inquérito da Covid-19. "Assistimos com perplexidade trechos veiculados no âmbito da CPI e publicações em redes sociais que expressam interrupções, menosprezo, descrédito, conteúdos sexuais e vexatórios", diz um trecho da nota.

Confira a nota na íntegra: 

A  Secretaria Nacional de Políticas para as Mulheres vem a público repudiar os atos de discriminação contra a mulher ocorridos no âmbito da Comissão Parlamentar de Inquérito da COVID-19 e nas redes sociais, considerando os depoimentos da Secretária de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde, Mayra Pinheiro e da médica, Nise Yamaguchi (convidada).

Assistimos com perplexidade trechos veiculados no âmbito da CPI e publicações em redes sociais que expressam interrupções, menosprezo, descrédito, conteúdos sexuais e vexatórios, a exemplo dos recortes abaixo:

"Mas a senhora não sabe responder a absolutamente nada (...) Não soube dizer o que é o vírus, o que é um protozoário"
“Me sinto agredida, em um gabinete de exceção”
Outros termos foram publicados em “memes”, que por sua extrema violência tornaria essa nota um novo ato de violência.

Os atos de discriminação chegaram a ser praticados por parlamentares, em canal televisionado. Parlamentares esses que possuem obrigação constitucional de elaborar legislações que assegurem direitos e corrijam distorções seculares, como as que são cometidas contra as mulheres. O reflexo dos atos praticados em plenário chegou às redes sociais e ampliou a violência, reforçando uma cultura de ódio e de agressão às mulheres.


É importante ressaltar que o Brasil não pode tolerar que a violência contra as mulheres seja praticada sob o disfarce do humor, ou por arroubos político-partidários. A liberdade de expressão não pode ser confundida com a permissão para prática de ofensas, para calar uma mulher ou desqualificá-la.
Destaca-se ainda que no caso da Secretária Mayra Pinheiro (uma mulher que ocupa o segundo escalão do Poder Executivo) toda a situação caracteriza violência política contra a mulher, um problema social complexo que a Secretaria Nacional de Políticas para as Mulheres tem trabalhado para conscientizar e eliminar do cenário político brasileiro. Uma prática que nos coloca entre os países com uma das mais baixas representatividade das mulheres na política.


Por fim, fazemos um apelo aos Senadores da República e aos internautas! A cada palavra dita e a cada mensagem escrita, pensem nas mulheres! O Brasil, infelizmente, é o quinto país que mais mata mulheres no mundo e atos como esses influenciam e alimentam uma cultura de violência, que precisamos superar para que nossas mães, filhas e amigas sejam tratadas com dignidade em todos os ambientes. Digam, verdadeiramente, não a qualquer tipo de violência contra as mulheres.

Brasília, 02 de junho de 2021.
Secretaria Nacional de Políticas para as Mulheres
Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos

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