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Ministra diz que, se houvesse mais gado no Pantanal, "desastre" seria menor

Segundo Tereza Cristina, o fato de o boi comer capim seco e inflamável previne o alastramento do fogo

Por Da Redação
Ás

Ministra diz que, se houvesse mais gado no Pantanal, "desastre"  seria menor

Foto: Agência Brasil

A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, disse nesta sexta-feira (9), durante uma audiência no Senado, que o boi é o "bombeiro do Pantanal" e que, se tivesse mais gado no bioma, as queimadas e o "desastre" na região poderiam ter sido menores.   "Aconteceu o desastre porque nós tínhamos muita matéria orgânica seca que, talvez, se nós tivéssemos um pouco mais de gado no Pantanal, isso teria sido um desastre até menor do que nós tivemos este ano", afirmou a ministra.

Ainda Segundo ela, o fato de o boi comer capim seco e inflamável previne o alastramento do fogo. “O boi é o bombeiro do Pantanal, porque é ele que come aquela massa do capim, seja ele o capim nativo ou o capim plantado, que foi feita a troca, é ele que come essa massa para não deixar como este ano nós tivemos. Com a seca, a água do subsolo também baixou os níveis. Essa massa virou um material altamente combustível", completo.

Anteriormente, especialistas já avaliaram que a lógica do gado evitar as queimadas por comer matéria inflamável é um mito. Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), órgão ligado ao Ministério da Ciência e Tecnologia, as fortes queimadas na região consumiram 14% da área do Pantanal somente em setembro deste ano.

Em 2020, a área atingida chega a quase 33 mil km², que equivale à soma do território do Distrito Federal e de Alagoas. Em setembro do ano passado, a devastação causada pelo fogo chegava a 12.948 km². A devastação observada apenas nos primeiros nove meses deste ano já superam todo o ano de 2019, que teve 20.835 km² atingidos.

A organização não-governamental Greenpeace, que atua em defesa do meio ambiente, disse, em nota, que o argumento da ministra foi "equivocado". O Greenpeace afirmou também que o governo promoveu um desmonte na gestão ambiental, o que levou às queimadas descontroladas no Pantanal.

"Diante de um cenário já previsto de seca severa, com focos de calor muito superiores à média desde março de 2019, não foram tomadas medidas efetivas de combate e prevenção aos incêndios, necessárias desde o primeiro semestre. Se não tivesse ocorrido um desmonte da gestão ambiental no Brasil, a situação não teria chegado a este nível de gravidade", afirmou a entidade na nota.
 

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