Ministro da Educação pede exoneração após suposto favorecimento de pastores em distribuição de verbas da pasta
Ele foi acusado de beneficiar municípios de líderes religiosos ligados ao presidente
Foto: Alan Santos/PR
O ministro da Educação, Milton Ribeiro, entregou nesta segunda-feira (28) o pedido de exoneração ao presidente Jair Bolsonaro (PL). O pedido acontece após vir a tona um suposto favorecimento de pastores na distribuição de verbas do ministério. Ribeiro negou as acusações. O caso está sendo investigado pela Polícia Federal, após pedido da Controladoria Geral da União.
Em um áudio gravado em uma reunião com prefeitos, o ministro declara que repassa verbas para municípios indicados por dois pastores a pedido do presidente Jair Bolsonaro. Os pastores a que o ministro se refere no áudio são Gilmar Santos e Arilton Moura. Na última quinta, 25, o presidente Jair Bolsonaro afirmou durante live que "colocaria toda sua cara ", pelo então Ministro.
Na carta em que pediu exoneração do cargo de ministro, Ribeiro se defende, afirmando que "jamais realizou um único ato de gestão na pasta que não fosse pautado pela correção, pela probidade e pelo compromisso com o erário".
Veja carta na íntegra:
Desde o dia 21 de março minha vida sofreu uma grande transformação. A partir de notícias veiculadas na mídia foram levantadas suspeitas acerca da conduta de pessoas que possuíam proximidade com o Ministro da Educação.
Tenho plena convicção que jamais realizei um único ato de gestão na minha pasta que não fosse pautado pela correção, pela probidade e pelo compromisso com o erário. As suspeitas de que uma pessoa, próxima a mim, poderia estar cometendo atos irregulares devem ser investigadas com profundidade.
Eu mesmo, quando tive conhecimento de denúncia acerca desta pessoa, em agosto de 2021, encaminhei expediente a CGU para que a Controladoria pudesse apurar a situação narrada em duas denúncias recebidas em meu gabinete. Mais recentemente, em _, solicitei a CGU que audite as liberações de recursos de obras do FNDE, para que não haja duvida sobre a lisura dos processos conduzidos bem como da ausência de poder decisório do ministro neste tipo de atividade.
Tenho três pilares que me guiam: Minha honra, minha família e meu país. Além disso tenho todo respeito e gratidão ao Presidente Bolsonaro, que me deu a oportunidade de ser Ministro da Educação do Brasil.
Assim sendo, e levando-se em consideração os aspectos já citados, decidi solicitar ao Presidente Bolsonaro a minha exoneração do cargo, com a finalidade de que não paire nenhuma incerteza sobre a minha conduta e a do Governo Federal, que vem transformando este país por meio do compromisso firme da luta contra a corrupção.