Ministro da Justiça alega que PRF confraternizou com manifestantes para 'criar empatia'
Anderson Torres afirmou que, com a velocidade protestos, foi impossível impedir os bloqueios nas estradas
Foto: Fábio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
A atuação do ministro da Justiça, Anderson Torres, para a desobstrução das estradas brasileiras tem sido vista com desconfiança por autoridades de Brasília, inclusive pelo Supremo Tribunal Federal (STF), após agentes federais terem sido flagrados confraternizando com manifestantes, segundo informa a coluna de Mônica Bergamo, na Folha de S.Paulo.
A pasta comanda a Polícia Rodoviária Federal (PRF), responsável pelas estradas federais. Porém, o ministro contestou e afirmou que como os bloqueios iniciaram logo após o término da votação, foi impossível interromper a velocidade dos protestos. "Eram 27 bloqueios às 23h59 do dia 30 e, às 1h30, já eram 134. Na noite de 31, já eram mais de 400", argumentou Torres.
Para Anderson, a PRF se empenhou na atuação contra os bloqueios. "A PRF emendou as operações do fim de semana direto com as da segunda. Reforçamos o efetivo em mais de 40% para auxiliar, mas acaba que você leva um tempo variável para desbloquear uma rodovia, a depender da complexidade do bloqueio e, nesse meio tempo vários outros vão surgindo", afirmou.
Torres ainda informou que ainda no domingo (30) solicitou que a Polícia Federal e a Secretaria de Operações Integradas (Seopi) do Ministério da Justiça acionasse os estados para que as polícias militares ajudassem no desbloqueio. "Um detalhe interessante a ser observado também é que a PRF só pode atuar em rodovias federais. Se o bloqueio for em estadual, cabe à PM local", acrescentou.
Ao ser questionado sobre a confraternização entre policiais e apoiadores de Bolsonaro nos protestos de bloqueio, Anderson Torres justificou que pelo fato dos policiais serem minorias, eles precisam "criar empatia" para "buscar resolver a questão".
"Cada cenário tem uma particularidade. É difícil julgar. Muitas vezes, e ainda mais quando você é minoria, criar uma empatia com os manifestantes é a melhor forma de buscar resolver a questão. Mas quando aparece um vídeo deles juntos, parece que a solução do problema não está em andamento", disse.