Ministro da Saúde diz que não haverá medida intempestiva em relação ao isolamento social
Nelson Teich avaliou não ser "razoável" determinar um mesmo período para atingir o pico de infecções
Foto: Secom
Em coletiva de imprensa nesta segunda-feira (27), no Palácio do Planalto, o ministro da Saúde, Nelson Teich, disse que não vai haver "medida intempestiva" em relação às medidas de isolamento social, já que, conforme destacou, "o Brasil é um país heterogêneo" e precisa de medidas diferentes em cada região.
O ministro ainda registrou que "cuidar das pessoas e salvar o maior número de vidas é a prioridade absoluta" e adiantou que nesta semana deve se reunir com governadores e conselhos de secretários de saúde para tratar de ações e números em relação à Covid-19.
O ministro da Saúde também reforçou que as ações tem considerado os estudos em andamento sobre o novo vírus e que existem aproximadamente 400 em andamento no mundo, cerca de 10% deles no Brasil.
Teich explicou que a partir desta coletiva os números serão discutidos e não só apresentados, para que se entenda como são fundamentadas as ações do ministério.
Pico de contágio
Questionado sobre quando o Brasil atingirá o pico das contaminações, o secretário de Vigilância em Saúde, Wanderson Oliveira, explicou que o padrão de transmissão de vírus respiratórios é diferente em cada região do país e que os números estão sendo acompanhados diariamente.
O ministro falou que imaginar um pico ao mesmo tempo para todas as regiões não é razoável e afirmou ser fundamental se preparar para atender às pessoas, já que as previsões não são "verdades absolutas".
Em relação aos testes, o ministro afirmou que devem escolher as pessoas conforme parceria com o IBGE. Sobre os números, Oliveira disse que ainda não há uma base de dados conjunta dos realizados pelo sistema público e pelo privado, mas que se estuda esse cruzamento.
"É muito importante ao adotar os testes, direcionar a aplicação, como foi feito com os primeiros 500 mil recebidos pelo ministério, aplicados em trabalhadores da saúde e segurança. Agora será ampliado para trabalhadores dos setor produtivo e para pessoas acima de 60 anos", registrou o secretário.
Ações não lineares de combate à pandemia
O secretário-executivo do Ministério, Eduardo Pazuello, falou pela primeira vez à imprensa e explicou que a nova equipe encontra um ambiente mais "fácil" por ter dados organizados e disse que o trabalho feito até então foi "excepcional". Para ele, o planejamento para o combate tem que ser não-linear por conta do "tamanho continental" do Brasil e ainda porque as ações têm resultados diferentes, segundo ele, em alguns locais o isolamento é eficaz, em outros menos. Ele também frisou que em algumas localidades sequer foram registrados casos de infecção pelo novo vírus.
"Não podemos falar de Brasil com a simplicidade que lemos em algumas matérias", colocou.
De acordo com Pazuello, Manaus (AM), Belém (PA), Fortaleza (CE) e Rio de Janeiro (RJ) precisam de ações mais imediatas. Ele explicou que o planejamento tem que ser centralizado, mas a execução descentralizada e integrada entre Estado e município. Pazuello ressaltou que é importante a compra centralizada de respiradores e Equipamentos de Proteção de Individual (EPIs).
Novo formato de coletiva de imprensa
Adotadas desde o início da pandemia, as coletiva de imprensa antes realizadas no ministério da Saúde e agora no Palácio do Planalto, trouxeram nesta segunda um novo formato. O ministro e os secretários fizeram suas apresentações e as perguntas dos jornalistas foram lidas e respondidas. Antes, os jornalistas podiam colocar o questionamento em um microfone. A próxima atualização das ações está prevista para quarta (29), o que indica que as entrevistas não serão mais diárias.