Ministro do TCU diz que processo de privatização da Eletrobras 'começou errado'
Vital do Rêgo disse que se sentiu 'frustrado' com o resultado do Tribunal

Foto: Pedro França/Agência Senado
Durante o julgamento da primeira parte da privatização da Eletrobras, o ministro Vital do Rêgo se disse "frustrado" com o resultado do plenário do Tribunal de Contas da União (TCU). Segundo ele, em entrevista ao jornal O Estado de S.Paulo, ele tem o sentimento de nacionalismo e é a favor do processo de desestatização.
Ao jornal, ele ainda comentou sobre não saber como remediar o erro. "O processo começou errado", disse.
"Frustração, pois tenho um sentimento de nacionalismo. Nacionalismo sem ser ideológico, nacionalismo de cunho responsável. Fiz questão de não discutir se sou contra ou a favor do processo de desestatização. Como julgador, não posso fazê-lo. Mas como eu posso me permitir, em sã consciência, assinar um acórdão mantendo uma privatização com uma subavaliação de R$ 63 bilhões? Não me sinto confortável em fazê-lo. Não sei se conseguiremos remediar esse erro, acho que não. O processo começou errado", respondeu ao jornal.
O ministro Rêgo ainda comentou sobre a decisão do ministro Benjamin Zymler, que afirmou que as contas não estavam maduras.
"O ministro Zymler teve a dignidade intelectual de dizer que o processo não estava maduro e disse que, se a Eletrobras fosse dele, não seria privatizada. Não imagino que o TCU pudesse ser capturado por razão do calendário político, pois não podemos fazer isso por situação nenhuma. Somos um órgão absolutamente técnico", argumentou.