Ministro fala sobre crise energética e afirma que "não temos como prever o futuro"
Albuquerque também afirma não ter necessidade de racionamento
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Em entrevista à GloboNews, na última quinta-feira (02), o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, comentou sobre a crise energética que o Brasil enfrenta e afirmou que medidas estão surtindo efeito, mas "não temos como prever o futuro". Além disso, ele nega a necessidade de adotar medidas como o racionamento.
O ministro afirmou que o governo vem importando energia e acionando usinas termelétricas para preservar água nos reservatórios desde outubro de 2020, mas que as condições hídricas pioraram, e negou que ações tenham sido tomadas tardiamente.
Albuquerque também falou sobre as tentativas de resolução. "As medidas que estamos adotando estão apresentando resultados, estão surtindo efeito, mas não temos como prever o futuro", disse. Completando que "em abril deste ano, estávamos em condição melhor do que em abril de 2020. Isso mostra que nossas medidas foram corretas e estavam dentro da gestão do sistema elétrico brasileiro”.
Segundo ele, com os cenários que o governo trabalha hoje, de previsões de chuva, de oferta de energia e de demanda, talvez não haja necessidade de racionamento "seja em outubro seja em novembro".
Na entrevista, o ministro também afirmou que o esvaziamento dos reservatórios vai acontecer “de uma forma ou de outra”, “gerando energia ou não”, como consequência dos usos múltiplos da água, para fins como consumo, irrigação, transporte, entre outros.
Segundo o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), os reservatórios devem chegar a 10% da capacidade de armazenamento em novembro.
Sobre a nova bandeira tarifária, criada na terça-feira (31), o ministro respondeu que o governo só terá uma visão clara sobre as condições do setor elétrico nos próximos meses e defendeu a redução do consumo de energia por consumidores residenciais.
“Se a demanda diminuir, podemos gerar energia com fontes mais baratas.”, afirmou.
A "bandeira de escassez hídrica", desenvolvida por consequência da crise hídrica, prevê uma tarifa extra de R$14,20 a cada 100 kWh na conta de luz.