Modelo matemático aponta colapso do sistema de saúde a partir de 21 de abril

Projeção foi realizada por grupo de seis pesquisadores brasileiros

Por Da Redação
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Modelo matemático aponta colapso do sistema de saúde a partir de 21 de abril

Foto: Reprodução/G1

Um modelo matemático criado por um grupo de seis pesquisadores aponta que no ritmo atual de evolução da pandemia de covid-19 no Brasil, o volume de unidades de terapia intensiva (UTIs) disponíveis no país não seria suficiente para atender a demanda a partir da semana do dia 21 de abril.

A projeção foi feita por profissionais das áreas de Física e Medicina ligados às universidades federais de Alagoas e do Rio Grande do Norte, à Santa Casa de Maceió, ao Centro de Testagem e Acolhimento de HIV/AIDS de Itaberaba (BA) e à Escola Superior de Ciências da Saúde, em Brasília. 

O estudo foi publicado no dia 3 de abril e submetido a publicação internacional e é preliminar, ou seja, ainda não foi avaliado por pares — mas mostrou aderência aos dados reais pelo menos até o último dia 15 de abril: a evolução do números de mortos divulgados pelo Ministério da Saúde (um indicador com menor subnotificação do que o volume total de casos e, por isso, mais confiável) tem sido consistente com as previsões apontadas pela equipe e usadas como base para o cálculo da utilização dos leitos de UTI nos hospitais.

A pesquisa leva em consideração ainda as medidas de distanciamento social atualmente vigentes — a chamada "quarentena voluntária" —, seu impacto na redução da transmissão da doença e o percentual médio de infectados que precisam ser internados nas unidades de terapia intensiva por apresentarem quadros mais graves de infecção nos pulmões.

País ainda não tem dados nacionais sobre ocupação de UTIs

O Ministério da Saúde informou, na última terça-feira (14/04), que estabelecimentos de saúde públicos e privados nos 26 Estados e Distrito Federal passariam a ter de registrar em um sistema unificado as internações hospitalares dos casos suspeitos e confirmados de coronavírus.

De acordo com a pasta, o "censo hospitalar", servirá para avaliar o consumo dos leitos da rede assistencial e a média de permanência dos usuários. O primeiro balanço deve sair na próxima semana.

Como os dados nacionais sobre o uso de leitos de UTI ainda não estão disponíveis, o grupo de pesquisadores utilizou como parâmetro inicial uma pesquisa da Agência Nacional de Saúde Suplementar de 2013 com o grau de utilização médio desses leitos no país e, em paralelo, os dados disponíveis no Datasus com a capacidade instalada na rede pública e privada no país.

Segundo os dados, são cerca de 60 mil leitos — esse total contabiliza, entretanto, unidades que não estão disponíveis para tratamento de covid-19, como UTIs neonatal, o que foi levado em conta pelos pesquisadores.

A partir dos números disponíveis, o modelo aponta uma saturação do sistema por volta do dia 21 de abril. O físico Askery Canabarro, um dos autores do estudo, ressalta que o resultado reflete um dado consolidado para o país e não quer dizer, por isso, que todas as UTIs estarão ocupadas necessariamente nesta data.

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