Modernização da mobilidade urbana no Brasil requer investimento de R$ 295 bilhões
Atualmente, transporte no país é pior que da Cidade do México e Santiago
Foto: Agência Brasil
Um levantamento da Confederação Nacional da Indústria (CNI), divulgado na quinta-feira (11), mostra que a qualidade da infraestrutura de transportes nas 15 principais regiões metropolitanas do Brasil é inferior à da Cidade do México e de Santiago, no Chile, referências em mobilidade urbana na América Latina. Para os municípios brasileiros atingirem o padrão dessas capitais, é necessário investir R$ 295 bilhões até 2042.
A pesquisa inédita revela que o caminho para as regiões metropolitanas do país terem transportes em nível de excelência é longo. Primeiramente, é preciso encontrar meios para superar a falta de financiamento, fator apontado como o maior gargalo para a expansão dos transportes urbanos no Brasil.
Segundo o gerente-executivo de infraestrutura da CNI, Wagner Cardoso, uma opção viável é ampliar o número de PPP (parcerias público-privadas) em um modelo que incluía a construção, operação e manutenção do sistema de transporte, com contratos relativamente longos como, por exemplo, "em cerca de 30 anos”.
“Pode-se afirmar que o país subinveste e subfinancia o transporte coletivo e, inversamente, privilegia e subsidia o transporte individual motorizado, inclusive na precificação dos combustíveis fósseis, usados por veículos e veículos individuais”, disse Cardoso.
Ainda de acordo com a pesquisa, dos R$ 295 bilhões necessários para modernizar a mobilidade urbana no país, R$ 271 bilhões terão que ser destinados à expansão de linhas de metrô. Esse montante é suficiente para mais do que dobrar a extensão da malha vigente. Logo depois, devem ser feitos investimentos de cerca de R$ 15 bilhões na ampliação das estruturas de rede de trens.