Montadoras iniciam conversas com governo federal sobre retomada do carro popular
Motivo se dá pela redução das vendas de carros novos, consequência da queda do poder aquisitivo
Foto: Agência Brasil
O retorno da produção de carros populares é um dos temas que o setor automotivo está apresentando ao governo do presidente Lula. Grupo com montadoras, empresas de autopeças e compradores já mantiveram conversas com representantes do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic). As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.
O motivo se dá à redução das vendas de carros novos como consequência da queda do poder aquisitivo dos consumidores, dos altos juros e crédito restrito.
De acordo com o presidente da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), José Andreta Júnior, o setor precisa de escala, caso o contrário não consegue gerar rentabilidade.
Ao divulgar o balanço de vendas do trimestre, Andreta pontuou que "o crescimento do setor tem que vir de baixo para cima e atingir o consumidor que, hoje, não consegue mais comprar carro zero".
No Brasil, atualmente, apenas dois carros à venda são considerados popular: o Renault Kwid, que custa R$ 68,2 mil, e o Fiat Mobi, a R$ 69 mil.
Ainda segundo Andreta, a ideia é que cada segmento contribua com algo, como ocorreu em um acordo automotivo nos anos 90. No entanto, ele acrescenta que ainda não há propostas.
A discussão sobre a retomada do carro popular ocorre ao mesmo tempo em que montadoras iniciaram a suspensão da produção e férias coletivas por falta de demanda.