Moraes determina que PF investigue “vaquinha” de R$ 17,2 milhões de Bolsonaro
Defesa do ex-presidente afirma que recursos têm 'origem absolutamente lícita'
Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, enviou, na segunda-feira (6), à Polícia Federal a análise de uma "vaquinha" que arrecadou R$ 17,1 milhões para o ex-presidente Jair Bolsonaro. O pedido para que o caso fosse investigado partiu da Procuradoria-Geral da República (PGR).
No pedido da PGR ao STF, parlamentares alegam que os depósitos foram feitos como parte de uma campanha de arrecadação para pagamento de multas judiciais divulgada pelo ex-presidente nas redes sociais. Eles citam um relatório do Coaf que aponta movimentações atípicas com 769 mil transações nas contas em questão.
"Mostra-se relevante o encaminhamento da representação à Polícia Federal", afirmou a PGR. "Em especial se as transações atípicas, noticiadas pelo Coaf à mencionada CPMI [do 8 de Janeiro, no Congresso Nacional], foram realizadas por doadores envolvidos na organização criminosa investigada nestes autos."
Na ocasião, a defesa de Bolsonaro declarou que os valores mencionados pelo Coaf são provenientes de milhares de doações feitas por seus apoiadores via Pix e têm origem totalmente legal.
"A ampla publicização nos veículos de imprensa de tais informações consiste em insólita, inaceitável e criminosa violação de sigilo bancário, espécie, da qual é gênero, o direito à intimidade, protegido pela Constituição Federal", disse a defesa em nota.
Os R$ 17,1 milhões arrecadados por meio de transferências via Pix representam sete vezes o valor declarado por Bolsonaro ao TSE em seu patrimônio eleitoral nas últimas eleições, que era de R$ 2,3 milhões.