Moraes diz que é ‘plausível’ que Bolsonaro inseriu dados falsos sobre vacina
Ministro retirou o sigilo da decisão que autorizou as buscas na casa do ex-presidente
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil | Marcos Corrêa/PR
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, disse na tarde desta quarta-feira (3), em comunicado, que é "plausível" a linha de investigação da Polícia Federal contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Há suspeita, conforme a polícia, que o político e seu grupo tenham inserido dados falsos sobre a vacinação contra a Covid-19 para obter vantagens.
Moraes retirou o sigilo da decisão que autorizou as buscas na casa de Bolsonaro. Ao autorizar a operação da PF, o ministro citou também a possibilidade de existir uma "organização criminosa" para adulterar os dados de vacinação.
"Diante do exposto e do notório posicionamento público de Jair Messias Bolsonaro contra a vacinação, objeto da CPI da Pandemia e de investigações nesta Suprema Corte, é plausível, lógica e robusta a linha investigativa sobre a possibilidade de o ex-presidente da República, de maneira velada e mediante inserção de dados falsos nos sistemas do SUS, buscar para si e para terceiros eventuais vantagens advindas da efetiva imunização, especialmente considerado o fato de não ter conseguido a reeleição nas eleições gerais de 2022", escreveu o ministro.
"São absolutamente relevantes os indícios da ocorrência efetiva dos crimes, especialmente no contexto agora noticiado de inserção de dados falsos em sistema de informações , o que indicaria, nos termos dos indícios já colhidos, a efetiva existência de uma organização criminosa articulada, com divisão de tarefas e de múltiplos objetivos, tanto no âmbito particular dos investigados, como em aspectos relacionados ao interesse público, em detrimento da credibilidade interna e externa do exemplar controle de vacinação nacional em pleno período pandêmico", continuou o ministro.
Para Moraes, não tem credibilidade a versão de que o ajudante de ordens de Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid, tenha inserido os dados falsos sem a autorização do ex-presidente.