Morales revela que está disposto a voltar à Bolívia
Quanto antes melhor para pacificar a Bolívia', declarou o ex-presidente no México
Foto: Eduardo Verdugo/AP
Nesta quarta-feira (13), o ex-presidente da Bolívia, Evo Morales, disse que voltaria para "pacificar" seu país se os bolivianos pedissem. A declaração foi dada no México, onde ele está asilado após semanas de protestos violentos que levaram a sua renúncia.
Essa foi a primeira coletiva de imprensa do exílio, onde Evo chegou na terça-feira (12) em um avião militar mexicano. Ele reiterou que sua demissão visou a conter a onda de violência que atingiu o seu país desde as acusações da oposição de que havia ocorrido fraude na eleição presidencial de 20 de outubro.
"Se meu povo pedir, estamos dispostos a voltar para apaziguar, mas é importante o diálogo nacional", disse Morales, acrescentando: "vamos voltar cedo ou tarde. Quanto antes melhor para pacificar a Bolívia".
Morales ainda fez um apelo a países europeus, à Organização das Nações Unidas (ONU) e à Igreja Católica, por meio do Papa Francisco, a acompanhar "o diálogo para pacificar nossa querida Bolívia".
"A violência atenta contra a vida e a paz social", escreveu no Twitter.
Antes, ele fez um apelo à Polícia e às Forças Armadas, que o pressionaram para que apresentasse sua renúncia, a não "usar tiros contra o povo". Até quarta-feira, a Bolívia registrava 10 mortos nos protestos após as eleições polêmicas em que Morales foi eleito para um quarto mandato, pleito que foi tachado de fraudulento pela oposição e que uma missão da OEA qualificou como repleto de "irregularidades".