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Moro diz que não orientou destruição de mensagens hackeadas

A afirmação foi feita através de um documento enviado ao STF

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Moro diz que não orientou destruição de mensagens hackeadas

Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom | Arquivo Agência Brasil

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, afirmou em documento enviado ao Supremo Tribunal Federal que não autorizou ou orientou sobre a destruição de arquivos levantados por hackers que invadiram celulares de juízes e políticos, inclusive do referido ministro. O documento foi protocolado nesta quarta-feira (7).

O material foi conseguido pela Polícia Federal durante a operação Spoofing, que investiga as invasões. Na ocasião, Gustavo Henrique Elias Santos, Suelen Priscila de Oliveira, Danilo Cristiano Marques e Walter Delgatti Neto foram presos. Walter assumiu ser o responsável pelas invasões.

Nos arquivos, contém conversas sobre a Operação Lava Jato, por exemplo, entre Moro, quando à época era o juiz responsável pela operação, e Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa da Lava Jato. O conteúdo dos demais arquivos não foram divulgados.

Em documento encaminhado ao STF, Moro diz que não orientou ou determinou a destruição dos documentos.

“Esclareço que este ministro da Justiça e Segurança Pública não exarou qualquer determinação ou orientação à Polícia Federal para destruição do indicado material ou mesmo acerca de sua destinação, certo de que compete, em princípio, ao juiz do processo ou ao próprio poder Judiciário decidir sobre a questão, oportunamente”, disse Moro em nota.

Além disso, Moro disse que houve um mal-entendido por parte do ministro João Otavio de Noronha em relação a destruição das provas. O ministro havia dito que Moro, em contato telefônico, disse que o material seria descartado.

“Nessa linha, a afirmação constante na inicial, de que este ministro teria informado a uma das vítimas que o 'material obtido vai ser descartado', é apenas um mal-entendido quanto à declaração sobre a possível destinação do material obtido pela invasão criminosa dos aparelhos celulares, considerando a natureza ilícita dele e as previsões legais", disse.

Pedido do STF

Há uma semana o ministro do Supremo Tribunal Federal, Luiz Fux, determinou que as provas fossem preservadas e pediu uma cópia do inquérito na íntegra. O pedido havia sido encaminhado ao STF pelo PDT.

O partido alegou que, por se tratar de um material que envolve o ministro da Justiça e Segurança Pública, ele poderia pedir a destruição das provas.

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