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Morre Alain Delon, lenda do cinema francês, aos 88 anos

Astro brilhou em clássicos como O sol por testemunha e Cidadão Klein

Por Da Redação
Ás

Atualizado
Morre Alain Delon, lenda do cinema francês, aos 88 anos

Foto: Reprodução/Instagram

O ator Alain Delon, um dos maiores astros do cinema francês, morreu neste domingo (18) aos 88 anos. De acordo com a agência de notícias AFP, a família de Delon informou que ele faleceu em sua casa em Douchy-Montcorbon, na França, mas a causa da morte não foi divulgada.

Delon sofreu um Acidente Vascular Cerebral (AVC) há cerca de cinco anos e desde então enfrentava diversos problemas de saúde. Sua última grande aparição foi para receber uma Palma de Ouro honorária no Festival de Cinema de Cannes, em maio de 2019, meses antes de sofrer o AVC.  

Declarações sobre suicídio assistido

Em março de 2022, Anthony Delon, filho de Alain, revelou o desejo do pai em realizar um suicídio assistido. A técnica ocorre quando uma equipe médica fornece medicamentos para o procedimento, mas é o próprio paciente que administra a dose fatal, o que a difere da eutanásia.

À época, o ator vivia na Suiça, onde o procedimento é legal, porém, no comunicado divulgado pela família, não é confirmado se esta vontade foi acatada.

“Sou a favor. Primeiro porque moro na Suíça, onde é legal, e também porque acho que é a coisa mais lógica e natural a se fazer”, disse Alain em entrevista a um canal de televisão em 2023.

Após as declarações, o filho mais novo de Delon negou que o ator tivesse essa intenção. Em post publicado em sua conta no Instagram, Alain Fabien Delon pediu que deixassem seu pai “viver em paz” e ameaçou levar o caso aos tribunais caso a imprensa continue a abordar o assunto.

Em 25 de março deste ano, o perfil oficial do ator no Instagram publicou o que muitos fãs interpretaram como uma mensagem de despedida.

"Gostaria de agradecer a todos que me acompanharam ao longo dos anos e me deram grande apoio. Espero que os futuros atores possam ver em mim um exemplo, não apenas no trabalho, mas na vida cotidiana, com suas vitórias e derrotas. Obrigado, Alain Delon”. Pouco tempo depois, a conta foi apagada. 

Carreira

Antes de se tornar uma estrela de cinema, Alain Fabien Maurice Marcel Delon nascido em 8 de novembro de 1935, em Sceaux, Hauts-de-Seine, França, começou sua vida profissional como aprendiz de açougueiro, trabalhando ao lado do pai.

Mais tarde, alistou-se como fuzileiro naval e, em 1953, foi enviado ao sudeste asiático. Após ser dispensado em 1955, ele fez vários trabalhos temporários e tornou-se amigo de alguns atores de cinema, com os quais compareceu ao festival de cinema de Cannes em 1957.

Durante o festival, Delon chamou a atenção de um caçador de talentos do produtor americano David Selznick, que lhe ofereceu um contrato com a condição de aprender inglês. No entanto, após conhecer o diretor francês Yves Allégret, Delon decidiu seguir carreira na França.


Divulgação

Delon participou de mais de 90 produções cinematográficas com cineastas como Louis Malle, Michelangelo Antonioni, Jean-Luc Godard, Jean-Pierre Melville, Luchino Visconti, René Clément e Jacques Deray. Ele esteve à frente de filmes como O Sol por Testemunha (1960), Rocco e Seus Irmãos (1960), O Leopardo (1963) e Cidadão Klein (1976). 

Em 1997, Delon anunciou sua aposentadoria das telas, mas acabou retornando em 2008 para assumir o papel do imperador romano Júlio César no filme “Asterix nos Jogos Olímpicos”. 

Despedidas

O presidente da França, Emmanuel Macron, lamentou a morte de Delon através das redes sociais. "Alain Delon interpretou papéis lendários e fez o mundo sonhar. Emprestando seu rosto inesquecível para sacudir nossas vidas. Melancólico, popular, reservado, ele era mais do que uma estrela: era um monumento francês", escreveu no X (antigo Twitter).

A atriz Brigitte Bardot disse que a morte de Delon deixa "um vazio abismal que nada nem ninguém poderá preencher", afirmou à AFP. Ela disse que o ator "representou o melhor do 'cinema de prestígio' francês" e que foi "um embaixador da elegância, do talento e da beleza". "Perco um amigo, um álter ego, um cúmplice", completou Bardot.

A marca Dior também lamentou a morte do ator, que não era apenas um ícone nas telas, mas uma referência fashion, sendo o rosto da marca durante décadas. “Ele foi um ator notável e, acima de tudo, um amigo da Casa Dior por muitos anos; nossos pensamentos estão com sua família e amigos”.

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