Morre Marcelo VIP, considerado um dos maiores golpistas do Brasil
Em biografia lançada em 2005, ele relatou que começou a aplicar golpes aos 14 anos e que, aos 18, atuou como piloto do narcotráfico

Foto: Reprodução/Redes Sociais
Marcelo Nascimento da Rocha, conhecido como Marcelo VIP, morreu aos 49 anos. A morte ocorreu na terça-feira (9), em Joinville (SC), onde ele estava para uma temporada de trabalho. O enterro será nesta quarta-feira (10), em São José dos Pinhais, região metropolitana de Curitiba, onde vivia.
De acordo com o advogado Nilton Ribeiro, que atendia Marcelo, a causa foi cirrose hepática, doença crônica que compromete o funcionamento do fígado.
Natural de Maringá, Marcelo ganhou notoriedade nacional pelos golpes que aplicou ao longo da vida. Ele se tornou personagem do documentário VIPs – Histórias Reais de um Mentiroso (2010) e inspirou o filme VIPs (2011), interpretado por Wagner Moura.
Roberto Bona Junior, advogado e amigo de Marcelo, lamentou a morte e destacou o processo de reinserção social vivido pelo cliente. “O Brasil conheceu um Marcelo, o VIPs. Um ícone, reconhecido por todas as coisas erradas que fez na vida. Virou filme, livro, documentário. Aonde quer que andasse com ele o reconheciam, como uma grande celebridade. Mas o que poucos conheciam era o verdadeiro Marcelo [...] Fez muita coisa errada na vida, mas que soube aproveitar as novas chances e escrever outra história”.
Entre os episódios mais comentados está a tentativa de se passar por proprietário da companhia aérea Gol. Marcelo foi preso diversas vezes e chegou a ser detido em 2018, quando ex-presidiários que usavam falsos atestados para progressão de regime foram alvo de uma operação, em Mato Grosso.
Em biografia lançada em 2005, ele relatou que começou a aplicar golpes aos 14 anos e que, aos 18, atuou como piloto do narcotráfico. “Quando não estava pilotando, me fazia passar por outras pessoas. Apareci na mídia diversas vezes com meus personagens inventados.”
O livro também traz depoimento da mãe de Marcelo, que afirmou que a família “perdeu o controle” sobre ele após a mudança para Curitiba, quando tinha oito anos.


