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Morte de Pelé completa um ano

Período é marcado por homenagens e questões envolvendo a herança do rei do futebol

Por Da Redação
Ás

Morte de Pelé completa um ano

Foto: Jorge Bispo/CBF

Na próxima sexta-feira (29), completa um ano que Pelé, o rei do futebol, faleceu aos 82 anos, após ficar um mês internado tratando de uma infecção respiratória após contrair Covid-19 e para a reavaliação do tratamento de um câncer no cólon. 

Após um ano do adeus, relembre a trajetória, homenagens e questões envolvendo a herança de Pelé.

HISTÓRIA DO REI

Edson Arantes do Nascimento nasceu no dia 23 de outubro de 1940 em Três Corações, Minas Gerais. Desde criança, o pequeno Pelé já mostrava seu talento nas ruas de Bauru, cidade que morou na infância quando seu pai, Dondinho, que era jogador de futebol, atuou pelo Bangu Atlético Clube. 

Em 1950, aos 10 anos,  Edson viu seu pai chorando pela derrota do Brasil, na final da Copa do Mundo, para o Uruguai, em pleno Maracanã. Aquelas lágrimas levaram Dico, como era chamado na casa dos Arantes do Nascimento, em Bauru, a fazer uma promessa: ganhar um Mundial para o pai se ele parasse de chorar.

E assim fez, após ser contratado pelo Santos em 1956, o rei brilhou pela equipe do litoral Paulista e foi convocado pela seleção brasileira  para a Copa do Mundo de 1958. No mundial, que aconteceu na Suécia, o garoto de 17 anos fez dois gols na final e garantiu o primeiro título mundial para o Brasil. Feito repetido em 1962 no Chile e 1970 no México, fazendo de Pelé o único jogador na história a ganhar três Copas do Mundo.

Pelo Santos, clube em que Pelé atuou em grande parte da carreira, foram 26 títulos, entre eles: 2 mundiais de clubes, 2 Libertadores, 6 Campeonatos Brasileiros e 10 Paulistas.Ao todo, o rei fez 1282  gols em 1364 jogos e 37 títulos, contando clubes e seleção.

HOMENAGENS

Além das homenagens feitas por clubes, autoridades, artistas, jogadores e ex-jogadores nos dias após sua morte, o ano foi marcado por ações para celebrar a memória do Rei.

O Santos, além das homenagens a Pelé nos jogos na Vila Belmiro em 2023 e a utilização de uma camisa com uma coroa em cima do escudo para celebrar o rei, inaugurou, em maio deste ano, a “Sala do Trono”. O espaço, localizado no memorial de conquistas do clube, conta com um trono feito para homenagear Pelé, além de um mural com imagens da homenagem feita a ele na estreia do Paulistão  e uma arte na parede celebrando os 1.091 gols feitos pelo Rei com a camisa do Santos.

Na primeira rodada do Campeonato Brasileiro deste ano, todas as partidas tiveram um minuto de aplausos antes da bola rolar, faixas de capitão, com uma coroa acompanhada da palavra "Rei", e moedas personalizadas utilizadas no protocolo de abertura do campeonato. A competição foi apelidada de Brasileirão Rei em homenagem ao maior jogador de todos os tempos.

Além disso, a Câmara dos Deputados aprovou, no último dia 22 de dezembro, um Projeto de Lei  que institui o Dia do Rei Pelé, a ser comemorado anualmente em 19 de novembro, data em que o jogador marcou seu milésimo gol, em 1969. O projeto será enviado ao Senado.

A casa também aprovou esse mês o projeto que institui a Medalha Rei Pelé, a ser concedida pela Câmara todo ano a pessoas e instituições incentivadoras do esporte.

HERANÇA

Em testamento assinado em 2020 Pelé determinou que 30% de todos os seus bens (cerca de de R$79 milhões) iriam para Márcia Aoki, sua esposa,- e 5% desse patrimônio ficariam para José Fornos Rodrigues, o "Pepito", grande amigo do Rei, que foi nomeado testamenteiro. 60% deveriam ser  divididos entre os filhos e a enteada. Os 10% restantes seriam  repassados aos filhos de Sandra Regina, filha do rei que morreu em 2006 e não foi reconhecida por ele. 

O testamento ainda deixou em aberto a possibilidade de mais uma filha, em processo judicial que corre na Justiça de São Paulo. No entanto, o resultado do teste de DNA, feito na ação movida por Maria do Socorro Acevedo, que alegava ser filha de Pelé, deu negativo e a herança continuará repartida entre os sete filhos. 

Tratando dos 30% destinados a Márcia Aoki, segundo o portal Uol, uma lei impediria de receber parte da herança de Pelé. De acordo com o site, o Código Civil brasileiro impede que viúvos de pessoas que se casaram com mais de 70 anos de idade recebam  o patrimônio de forma automática após a morte. Pelé e Márcia Aoki se casaram quando o Rei do Futebol tinha 75 anos, o que impediria Márcia de receber a herança.

Porém, Márcia recorreu à justiça pedindo o cumprimento do testamento de Pelé. O pedido foi atendido pela juíza Andréa Roman, da 2ª Vara de Família e Sucessões, que ressaltou que o testamento foi um ato de última vontade do Rei do Futebol e considerou o pedido procedente.

A juíza ressaltou também que o testamento foi lavrado em notas de tabelião que ostentam fé pública, em claro cumprimento às formalidades do código civil. Na decisão, a magistrada também confirmou os 5% destinados a Pepito. 

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