Mourão diz que mortos durante operação no Rio Janeiro eram “todos bandidos”
Porta-voz diz que ONU quer investigação independente e imparcial

Foto: Reprodução/Amazonas Atual
O vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB) afirmou, na manhã desta sexta-feira (7), que os 25 mortos durante a Operação Exceptis, deflagrada pela Polícia Civil nesta quinta-feira (6), na comunidade do Jacarezinho, no Rio de Janeiro (RJ), são “todos bandidos”. Ainda de acordo com Mourão, as Forças Armadas já foram chamadas diversas vezes para intervir no local.
“Tudo bandido! Entra um policial numa operação normal e leva um tiro na cabeça de cima de uma laje. Lamentavelmente, essas quadrilhas do narcotráfico são verdadeiras narcoguerrilhas, têm controle sob determinadas áreas e é um problema da cidade do Rio de Janeiro”, disse.
Ainda nesta sexta, o Alto Comissariado da Organização das Nações Unidas (ONU) para Direitos Humanos criticou a violência da operação e pediu que investigações imparciais sejam abertas. "Estamos profundamente perturbados pelas mortes de 25 pessoas numa operação policial", disse Ruppert Colville, em coletiva de imprensa em Genebra.
Segundo ele, tal caso confirma a tendência de uso excessivo de força por parte dos agentes policiais, cita "problemas sistêmicos" e diz que algo "claramente está errado". Para o porta-voz, o modelo de policiamento de favelas precisa ser repensado pelo país e um debate deve ser aberto.
A Operação Exceptis foi deflagrada a partir de denúncias de que criminosos estão expulsando moradores de suas casas. O grupo seria responsável também pelo assassinato de moradores e pelo sumiço dos corpos. Ao todo, 21 criminosos foram identificados como os "responsáveis por garantir o domínio territorial da região com utilização de armas de fogo", informou a Polícia Civil.