MP-BA denuncia cinco policiais investigados por invasão e ataque a assentamento em Camaçari
Os cinco investigados foram denunciados por furto qualificado, dano qualificado, incêndio e associação criminosa
Foto: Reprodução / TV Bahia
Cinco policiais militares investigados por invasão e destruição das casas de 30 famílias no distrito de Catu de Abrantes, em Camaçari, região metropolitana de Salvador, foram denunciados pelo Ministério Público da Bahia (MP-BA), nesta terça-feira (14).
O órgão fez a denúncia por furto qualificado, dano qualificado, incêndio e associação criminosa. O crime aconteceu no dia 20 de novembro.
Os agentes foram presos em flagrante pela própria Polícia Militar, que foi chamada pelos moradores da comunidade. Em depoimento, eles ficaram calados. Os presos estavam à paisana e fora de serviço no momento do crime. São eles:
Antônio Carlos de Jesus Chagas, 56 anos – primeiro sargento;
Marcos Silva dos Santos, 41 anos – cabo;
Juvenal Silva de Oliveira, 45 anos – soldado;
Paulo César Santos de Sousa, 56 anos – primeiro sargento;
Marco Aurélio Conceição Nascimento, 48 anos – primeiro sargento.
Os PMs chegaram no local encapuzados, e usaram tratores e retroescavadeiras para derrubar os imóveis. Conforme os moradores, há uma especulação imobiliária para implantação de um condomínio de luxo no local. O nome da empresa ainda não foi detalhado.
Durante as investigações, detalhou o MP, foi identificado que os policiais lideraram, coordenaram e participaram do crime. O Grupo Especial de Combate às Organizações Criminosas e Investigações Criminais (Gaeco) afirmaram que eles intimidaram os moradores e também pagaram ao menos 17 indivíduos para desocupar o terreno.
Para esses comparsas, os policiais pagaram R$ 200, pela participação no esquema. O MP-BA disse ainda que os militares e os outros envolvidos se encontraram na Avenida Luís Viana, mais conhecida como Avenida Paralela, com os veículos e outros materiais, como foices, picaretas, marretas, martelos, enxadas e facões.
O grupo seguiu para o Sítio Tererê, e além de destruir as casas, também atearam fogo nas casas, nos barracos e em bens materiais das vítimas. Por ser madrugada, os moradores – incluindo crianças – estavam dormindo e acordaram assustados. Assustados, eles fugiram dos imóveis e se esconderam no mato.