MP pede que Backer pague tratamento de intoxicados
Cervejaria também teria que custear demais gastos das vítimas e de seus familiares
Foto: Douglas Magno/ AFP
O Ministério Público (MP) protocolou uma ação judicial para bloquear os bens da cervejaria Becker com o objetivo de garantir os direitos das vítimas intoxicadas pela cerveja. A ação, classificada como "tutela provisória de urgência, cautelar e antecipada", foi ajuizada na terça-feira (11) pela 14ª Promotoria de Defesa do Consumidor de Belo Horizonte.
Caso o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) acate a ação, além de indisponibilidade de bens, a Backer será obrigada a pagar o tratamento das vítimas que ainda estão hospitalizadas.
A cervejaria também teria que custear demais gastos das vítimas e de seus familiares, além de oferecer suporte psicológico e pagamento de salário para aqueles que estão impossibilitados de trabalhar.
A Backer informou que ainda não foi notificada a respeito da decisão judicial, mas reafirmou "seu compromisso em prestar todo o suporte possível aos pacientes com suspeita de intoxicação por dietilenoglicol". A empresa também garantiu "que cumprirá todas as determinações das autoridades".
Investigação
Na terça-feira (11), a Polícia Civil ouviu mais um familiar/ vítima envolvida no caso da cervejaria. Com isso, o inquérito aberta já conta com 29 depoimentos. A investigação já dura 35 dias. A polícia também informou que as análises dos materiais apreendidos durante as operações ainda estão em andamento. Não há prazo para a conclusão.
Já a investigação da Saúde estadual continua trabalhando com os mesmos números: 31 casos notificados de intoxicação exógena por dietilenoglicol. Desses, 26 pessoas são do sexo masculino e cinco do sexo feminino. Seis indivíduos morreram, sendo que em um dele foi encontrada a substância tóxica.