MP recomenda fiscalização do uso de músicas discriminatórias no carnaval de Salvador
Informações acerca do assunto devem constar nos contratos dos artistas
Foto: Valter Pontes / Secom
O Ministério Público estadual recomenda à Prefeitura de Salvador que fiscalize a utilização de músicas de conteúdo discriminatório durante o carnaval. A orientação atende o cumprimento das Leis Municipal nº 8.826/2012 e Estadual nº 12.573/2012.
As leis proíbem o uso de recursos públicos para contratação de artistas que em suas músicas desvalorizem e incentivem a violência ou exponham mulheres a situação de constrangimento ou ainda contenham manifestação de homofobia, discriminação racial ou apologia ao uso de drogas ilícitas.
O MP recomendou também a monitoração de artistas, bandas e blocos mencionados no Relatório 2020, produzido pelo Observatório da Discriminação Racial LGBT e Violência contra a Mulher.
No documento, consta ainda que Salvador deve incluir nos contratos as cláusulas de advertência acerca da proibição. “O Município deve dar ampla divulgação à recomendação aos artistas, aos blocos e a outras organizações carnavalescas que, por contrato, forem financiados, subsidiados, contratados ou patrocinados com recursos públicos”, destacou a promotora de Justiça Sara Gama, coordenadora do Núcleo de Enfrentamento às Violências de Gênero (Nevid), do MP.