MP-RJ investiga se Flávio Bolsonaro usou a compra de imóveis para lavagem de dinheiro
Para os promotores, o uso de recursos em espécie tinha como objetivo lavar o dinheiro obtido por meio da "rachadinha" no antigo gabinete de Flávio
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Foto: Reprodução
O Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) investiga a compra de dois apartamentos pelo então deputado estadual Flávio Bolsonaro e sua mulher Fernanda, em 2012, por suspeitas de lavagem de dinheiro associada a um esquema de desvio de recursos na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj).
De acordo com Ministério, a "lucratividade excessiva" nas operações, que renderam cerca de R$ 800 mil ao casal Bolsonaro em pouco mais de um ano, traz características de compra subfaturada e venda superfaturada.
O MP-RJ afirma ter indícios de que Flávio Bolsonaro e sua mulher pagaram em dinheiro vivo de forma ilegal R$ 638,4 mil na compra dos imóveis. E para os promotores, o uso de recursos em espécie tinha como objetivo lavar o dinheiro obtido por meio da "rachadinha" no antigo gabinete de Flávio na Alerj.
A suspeita dos promotores decorre do fato de Glenn Dillard, responsável por vender os imóveis a Flávio e Fernanda, ter depositado ao mesmo tempo em sua conta os cheques entregues pelo casal e a quantia em dinheiro vivo.
O uso de imóveis para lavagem de dinheiro consiste no subfaturamento da compra para que, numa futura venda lucrativa, o patrimônio final esteja justificado pela transação imobiliária.
Para o MP-RJ, os R$ 638,4 mil passaram a ter aparência legal após a revenda feita por Flávio ser declarada à Receita Federal.