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MPF aciona Justiça para regularização do território quilombola em Candeias

MPF pede urgência na regularização fundiária suspende atividades privadas em área quilombola afetada por empreendimentos

Por Da Redação
Ás

MPF aciona Justiça para regularização do território quilombola em Candeias

Foto: Reprodução

O Ministério Público Federal (MPF) entrou com uma ação civil pública na Justiça Federal, solicitando uma liminar para assegurar a regularização do território quilombola Boca do Rio, situado em Candeias, na Bahia. O processo é direcionado contra a União e o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), exigindo a conclusão dos procedimentos administrativos referentes à identificação, reconhecimento, delimitação, demarcação e titulação de área. 

O MPF alega que o quilombo Boca do Rio, reconhecido pela Fundação Cultural Palmares em 2020, tem enfrentado negligência nos últimos quatro anos. Durante esse período, a comunidade, que inclui famílias vulneráveis, tem sofrido com os impactos de atividades econômicas e empreendimentos privados que ocupam terras da União. 

O Ministério Público da Bahia (MPBA) informou que a Bahia Terminais e o terminal marítimo na Baía de Aratu estão impedindo a fiscalização do Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema), apesar da área ser federal.
 
A ação também destaca que, mesmo com a colaboração da Universidade Federal do Recôncavo Baiano (UFRB) no Relatório Antropológico da Comunidade, a regularização fundiária não avançou. O MPF teme que a demora na titulação permita o uso inadequado da área, incluindo atividades com explosivos, o que pode causar danos irreversíveis à comunidade quilombola.

O MPF pede que a Justiça determine, em caráter liminar, a suspensão imediata de qualquer autorização de uso das terras por terceiros e implemente medidas de proteção para a comunidade. Além disso, requer que o Incra e a União apresentem um cronograma detalhado para a conclusão da titulação dentro de um prazo de até 24 meses.

No final da ação, o MPF demanda a revogação de registros ou autorizações concedidas à Bahia Terminais S.A. e que a União garanta verba específica para a titulação do território quilombola, sem cortes orçamentários. Também é solicitado que o Incra finalize o processo de titulação em até 12 meses e que o processo administrativo completo seja concluído em até 24 meses. O MPF ainda busca indenização de R$ 5 milhões por danos morais coletivos, com investimento direto em políticas públicas para a comunidade quilombola.

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