MPF identifica indício de crime na compra da Covaxin pelo Ministério da Saúde
Investigação aponta superfaturamento na compra das doses

Foto: Divulgação | Getty Images
O Ministério Público Federal (MPF) identificou indícios de crime na compra da vacina Covaxin pelo Ministério da Saúde. O contrato foi firmado entre a pasta e a empresa Precisa, responsável pelo laboratório indiano Bharat Biotech, e teve um valor de R$ 1,6 bilhão para 20 milhões de doses.
Na ação, a procuradora da República, Luciana Loureiro, cita que o valor é superfaturado em comparação com as outras vacinas compradas pela Saúde e que a empresa Precisa possui um histórico de irregularidades.
“A omissão de atitudes corretiva da execução do contrato, somada ao histórico de irregularidades que pesa sobre os sócios da empresa PRECISA e ao preço elevado pago pelas doses contratadas, em comparação com as demais, torna a situação carecedora de apuração aprofundada, sob duplo aspecto cível e criminal uma vez que, a princípio, não se justifica a temeridade do risco assumido pelo Ministério da Saúde com essa contratação, a não ser para atender a interesses divorciados do interesse público”, argumenta a procuradora.
Inclusive, o valor elevado das doses também é alvo de investigação na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia e pelo Tribunal de Contas da União (TCU), que aponta que o gasto com o imunizante é o maior entre todas as que foram contratadas pelo Ministério da Saúde durante a gestão do ex-ministro Eduardo Pazuello.
A nível de comparação, a dose da vacina da Oxford/AstraZeneca custa, em média, R$ 19,87. Já a Covaxin tem um preço de R$ 80,7 por cada dose.