MPF instaura inquérito para apurar armamento destinado à segurança pública
Projéteis pertencentes à PF foram encontrados no local do assassinato de Marielle Franco
Foto: Reprodução/Unsplash
O Ministério Público Federal (MPF) instaurou nesta quarta-feira (20) inquérito para investigar a legalidade e regularidade dos procedimentos adotados na distribuição de lotes de armamentos encaminhados aos órgãos relacionados à atuação na segurança pública.
Na ação, acompanhada pelo Núcleo de Controle Externo da Atividade Policial no Rio de Janeiro, o órgão pede que a Companhia Brasileira de Cartuchos (CBC) explique os motivos do lote CBC nº UZZ18 ter sido distribuído em número extremamente superior ao permitido. De acordo com o MPF, foram mais de 1,8 milhão de munições no calibre 9mm, sendo que 200 mil foram destinadas para o Estado do Rio de Janeiro.
É desse lote que foram encontrados projéteis no local do assassinato da vereadora Marielle Franco, em 2018. Ao Exército Brasileiro, o MPF requer que seja informado se foram tomadas providências com vistas a aprimorar o controle e o rastreamento de munições distribuídas aos órgãos de segurança pública.
O lote UZZ18 foi comercializado exclusivamente ao Departamento de Polícia Federal em 2005. Duas linhas investigativas foram adotadas no caso, a primeira relativa ao caminho interno seguido do lote de munições UZZ18 (entrada e distribuição interna das munições na Polícia Federal); já a segunda buscou analisar os locais de eventos criminosos onde foram encontrados materiais do mesmo lote de munições.