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MPF solicita consulta a comunidades quilombolas antes da emissão de licença ambiental para mina em Nordestina (BA)

Comunidades tradicionais vêm sofrendo com o impacto das atividades da Mina Braúna 3, da empresa Lipari Mineração Ltda

Por Da Redação
Ás

MPF solicita consulta a comunidades quilombolas antes da emissão de licença ambiental para mina em Nordestina (BA)

Foto: Stockphotos

O Ministério Público Federal (MPF) recomendou ao Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Estado da Bahia (Inema) que não conceda ou renove qualquer licença ambiental relativa à Mina Braúna 3, em Nordestina (BA), até que comunidades quilombolas próximas ao empreendimento sejam consultadas. 

No documento, o MPF também recomenda que o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) coordene, no prazo de 60 dias, a consulta livre, prévia e informada às comunidades. A atuação faz parte de procedimento instaurado pelo MPF para apurar os impactos das atividades da empresa Lipari Mineração Ltda, responsável pela mina, às comunidades quilombolas locais. 

Segundo levantamento feito pela Comissão Pastoral da Terra da Diocese de Bonfim, em 2019, cerca de 60 famílias tiveram suas casas ou cisternas de captação de água danificadas pelas constantes detonações feitas na Braúna 3. Representantes dos quilombolas afirmam, ainda, que quase 500 famílias estão submetidas aos impactos danosos da continuidade do extrativismo mineral em área próxima aos seus territórios.

O Inema informou ao MPF que a mineradora atualmente dispõe de Licença de Operação (LO) para realizar as atividades de mineração em Nordestina e que já manifestou interesse em realizar a exploração subterrânea da Braúna 3. Contudo, essa forma de exploração não foi autorizada no procedimento inicial de licenciamento e exigirá a emissão de uma Licença de Alteração (LA) que, se for concedida, será incorporada à atual LO.

O procurador da República Marcos André Carneiro Silva, que assina a recomendação, esclarece que a cada nova autorização que afete os direitos e interesses de povos tradicionais há de ser realizada a mencionada consulta, ainda que haja licença concedida anteriormente. “A sua renovação ou alteração implica em nova análise e imposição de condicionantes e, assim, adoção de novas medidas administrativas suscetíveis de afetar a comunidade tradicional diretamente”, pontua o procurador. O Inema e o Incra têm o prazo de 20 dias para responder se acatam, ou não, a recomendação.

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