MPF vai investigar jogo 'Simulador de Escravidão' disponibilizado em loja virtual do Google
Mais de mil pessoas já baixaram o aplicativo
Foto: Comunicação/MPF
O Ministério Público Federal (MPF) instaurou, nesta quarta-feira (24), procedimento para apurar a disponibilização pela Play Store, loja virtual da empresa Google, do aplicativo "Simulador de Escravidão". O jogo oferece que o usuário faça o papel de proprietário de escravos, podendo escolher entre a possibilidade de fazer lucro e impedir fugas e rebeliões ou a de lutar pela liberdade e chegar à abolição.
De acordo com o procurador da República Enrico Rodrigues de Freitas, vários usuários já baixaram o aplicativo. Também foi detectada grande quantidade de comentários racistas. Diante disso, foi expedido ofício para que a empresa Google preste informações específicas sobre o jogo.
O procedimento preparatório foi instaurado no âmbito da Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão no Rio Grande do Sul (PRDC/RS) e será encaminhada cópia do expediente para apuração criminal para que possam ser tomadas as medidas cabíveis quanto à questão relacionada à evidência de fatos delituosos cometidos.
Sobre o jogo
O aplicativo mostra imagens de pessoas acorrentadas, inclusive um homem negro que aparece coberto de grilhões como um desenho animado.
Segundo a plataforma, o simulador de escravidão tinha sido baixado mil vezes até essa quarta-feira (24). Um desenvolvedor de nome Magnus Games apresenta-se como criador deste e de outros jogos disponíveis no Google Play. Os perfis nas redes sociais não permitem identificar com clareza qual seria a empresa ou pessoa por trás do produto