MPSP solicita ampliação de pena para mulher que xingou humorista de macaco

O Ministério Público de São Paulo (MPSP) entrou com um recurso na Justiça para ampliar a pena da mulher e filho que exprimiram palavras racistas ao humorista Eddy Junior, o xingando de macaco em um condomínio em São Paulo, em 2022. Os réus ainda entraram com uma solicitação no processo.

Elisabeth Morrone foi sentenciado a um ano e dois meses de prisão em regime aberto, mais um mês e cinco dias de detenção e ainda o pagamento de 11 dias multa.

Marcos Vinicius Morrone Sartori, filho de Elisabeth, foi sentenciado a dois meses de detenção em regime aberto.

A sentença foi pronunciada pelo juiz Fernando Augusto Andrade Conceição, da 14º Vara Criminal do Foro Central da Barra Funda, em 26 de fevereiro. O MP apresentou recurso na última quarta (6).

Argumentos do MP

Para a promotora Natália Rosalem Cardoso, a sentença não atuou com acerto “quando fixou a pena-base de Marcus Vinicius no patamar mínimo legal” e, de Elisabeth, quando decidiu por não submeter a mulher “à reparar os danos morais mínimos suportados pela vítima”.

No recurso, a promotora salientou que a vítima teve transtornos psicológicos por causa do comportamento de Marcus Vinicius, e que Elisabeth tem um histórico de brigas com outros moradores e funcionários do condomínio em que aconteceu o fato.

“Marcus Vinicius e Elisabeth praticaram crimes graves, com consequências graves e permanentes à vítima, que devem ser observadas para a fixação da pena”, afirma trecho da apelação.

Por esse motivo, o MP solicitou maiores penas estabelecidas pela Justiça, além da determinação de um valor mínimo de reparação de danos morais.

Eddy Junior, que é vítima e trabalha no processo como assistente de acusação, ainda entrou com solicitação de apelação, ao requerer que a ação seja estimada por instância superior.

Réus também recorreram

José Beraldo, advogado de Elisabeth e Marcus Vinicius, exibiu recurso de apelação comunicando insatisfação com a pena empregada.

Contudo, ele está recorrendo para acabar com a condenação de Marcus Vinicius, que é autista e está sob tutela da mãe.

Beraldo declarou também que tem uma gravação que comprova que Elisabeth não chamou Eddy de macaco, mas de “caco”. Além do mais, ele teria provas de que o humorista instigava a vizinha.

“Na manhã dos fatos, ele agrediu o filho dela, tem filmagem da agressão”, afirmou. De acordo com o advogado, Eddy ainda teria “criado uma situação” para culpar a mulher.

“Tem pessoas de cútis preta que abusam do crime de racismo. É o caso dele. Ele era um humorista desconhecido, e agora ficou famoso, por conta de difamar e mentir e denegrir a imagem de uma senhora que vive só cuidando do filho”, disse Beraldo.