MPT e DPU resgatam 11 pessoas da mesma família em situação análoga à escravidão na Bahia
Empregador terá que pagar R$50 mil em verbas trabalhistas e recisórias a família
Foto: Reprodução / Redes sociais
O Ministério Público do Trabalho (MPT) e a Defensoria Pública da União (DPU), resgataram 11 pessoas da mesma família que estavam trabalhando em situação análoga a escravidão no município de Santa Inês, na Bahia.
Além dos 11 resgatados, outras 8 pessoas, incluindo crianças, também estavam no grupo que totalizava 19 pessoas da mesma família no local que ficaram por 30 dias.
O grupo vivia num alojamento precário, com alimentação improvisada, péssimas condições de higiene, sem nenhum conforto nem acesso a água corrente.
No momento da operação, o empregador estava na fazenda e recebeu um termo de ajuste de condutas. Ele terá que pagar R$50 mil em verbas trabalhistas para a família.
O MPT informou ainda que o grupo não podia ir até a cidade comprar alimentos, e por isso faziam notas para o empregador abater os valores nos salários. Porém, eles não tinham acesso a esses valores que ele utilizava para pagar os alimentos.
A alimentação era escassa e eles chegaram a passar fome. Segundo o grupo, eles receberam a informação de que estariam devendo ao empregador. A Superintendência do Trabalho afirmou que a situação é categorizada como servidão por dívida, um dos indicadores do trabalho escravo.
A família é natural de Capim Grosso, no norte da Bahia, e viajou para Santa Inês por conta do emprego. Eles tomavam conta do gado e das plantações da fazenda, mas não tinham nenhum equipamento necessário, chegando a aplicar veneno nos animais sem nenhum tipo de proteção.
Os trabalhadores foram encontrados na estrada após serem expulsos pelo empregador, que afirmaram que eles estavam com débitos por conta da estadia.