Mudança da política de preços dos combustíveis possibilita impacto positivo na atividade econômica, diz economista
Petrobras anunciou na terça (16) o fim paridade de importação do petróleo
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
O anúncio da Petrobras sobre o fim da paridade de preços do petróleo – e dos combustíveis derivados, como gasolina e diesel – com o dólar e o mercado internacional, traz alguns impactos posivitos na economia brasileira e na cesta de consumo das famílias.
É o que explica a economista e professora de Economia da ESPM, Cristina Helena de Mello. Segundo ela, a Petrobras introduziu duas lógicas de precificação, perdendo o que era considerado uma rigidez e atendia os critérios do mercado mundial.
“A companhia não abandona aquela referência que está alinhada com os preços praticados internacionalmente e, desta forma, atende os seus interesses. Com isso, deixa de utilizar, como no passado, os preços praticados de combustíveis como instrumento de política econômica para combater a inflação”, disse a especialista.
Ela destaca ainda que a Petrobras está inserindo três regras novas: o fim à política de Preço de Paridade de Importação (PPI); introdução da brasilidade na política de preços, pois não só olhar a lógica internacional, mas olhar a lógica doméstica; e acompanhar o preço dos produtos substitutos que competem diretamente com petróleo, como o álcool.
“Do ponto de vista do consumidor final, a decisão entre um tipo de combustível e outro se fará pelo preço e pelo lado da economia. Carros a álcool sempre consumiram mais litros do que os a gasolina. A flexibilidade trará impacto muito positivo na cesta de consumo das famílias, pois a maior parte do transporte das mercadorias no Brasil é feita através do uso de transporte com combustível fóssil, então o menor custo de transporte pode ter impacto no preço final também da cesta básica do cidadão”, explica Mello.
A economista detalha que menores preços são sempre comemorados e significam aquecimento da economia, aumento do poder de compra e bem-estar da população.