Vídeo: mulher pode perder sentidos após ser atingida por bala de borracha no Carnaval em Minas Gerais
Segundo o advogado da vítima, ela e o irmão foram vítimas de abuso de autoridade pelos policiais militares

Foto: Reprodução/ Arquivo g1
Uma mulher de 39 anos foi ferida no rosto com uma bala de borracha após os shows de Carnaval em Capinópolis, no Triângulo Mineiro, neste sábado (1°). Segundo os médicos, a lesão está em uma área muito delicada e ela pode ter a visão, audição e falas prejudicadas.
A médica Maria Luiza Cardoso concluiu no diagnóstico que a mulher tem uma "lesão traumática de cerca de 3 centímetros na mandíbula direita com tecido desvitalizado", isso significa que a pele no local está morta e perdeu as propriedades biológicas e físicas.
O advogado da vítima, Edward Sales, disse ao g1 que ela não consegue abrir a boca e passará por um tratamento para a colagem do osso maxilar. Ela está se recuperando em casa.
Confusão após folia
Segundo a Polícia Militar, os agentes foram hostilizados pela população. Durante a dispersão do público, uma das pessoas tentou atingir a espingarda de um dos militares, que acabou disparando e atingindo a mulher.
A vítima contou uma versão diferente. Ela disse que tudo começou com um spray de pimenta e viu o policial empurrando a filha dela.
"Fui ao banheiro, porque não estava me sentindo bem e ao retornar vi o policial empurrando a minha filha e mandando ela ir embora urgente. Eu expliquei que era a mãe dela e que estávamos esperando o meu pai vir nos buscar."
A mulher também acrescentou que o policial apontou a arma para o rosto dela e disparou. As testemunhas viram ela ensanguentada e reagiram à ação, o militar, então, a colocou dentro da viatura.
"Quando chegamos no pronto socorro ele começou a me bater. Eu pedi ajuda para a equipe do hospital e ele ficou dizendo que estava na verdade me segurando, porque eu estava querendo entrar na unidade", continuou a vítima.
O irmão da vítima foi preso por agredir um dos policiais. Ele teve a prisão em flagrante convertida em preventiva após pedido da Promotora de Justiça responsável pelo caso e estava no Presídio de Canápolis. Na manhã desta segunda-feira (3), o homem teve a liberdade provisória deferida sem fiança.
O advogado afirmou que a vítima e o irmão são vítimas de abuso de autoridade praticada pela PM. Segundo ele, a família já estava fora do ambiente da festa, quando passou pelo constrangimento da real possibilidade de prisão da jovem, aparentemente sem motivo.