Mulher potente e talentosa, Nêssa vem ganhando destaque na cena cultural baiana; conheça
Na semana Internacional da Mulher, o Farol da Bahia conta histórias inspiradoras

Foto: Reprodução/Redes Sociais/Eve Carvalho
Embora precisem lidar diariamente com os medos que são reforçados por uma sociedade desigual e machista, as mulheres são indiscutivelmente sinônimo de coragem, são potências. O Dia Internacional da Mulher chegou e o Farol da Bahia escolheu contar um pouco da história de Vanessa Ribeiro, mais conhecida como Nêssa, uma cantora negra que tem ganhado destaque na cena cultural baiana.
Nascida em Salvador e formada em designer de produtos pela Universidade Estadual da Bahia (Uneb), a artista de 29 anos contou que sempre gostou de cantar, mas a timidez fez com que ela mantivesse o seu talento em segredo por muito tempo.
“Comecei minha carreira artística há cinco anos, fazendo participações em bandas de samba. Fui pegando experiência de palco e deixando a timidez de lado. Eu sou uma pessoa extremamente tímida e esse início, claro, me ajudou muito a pegar experiência. Sou designer e ilustradora, mas encontrei na música um plano ‘b’”, explicou Nêssa.
“Não estava sentindo mais prazer na profissão que escolhi e vi na música uma oportunidade. Comecei a fazer aula de canto e estudar. Sempre gostei de cantar, mas nunca tinha pensado em levar isso para o lado profissional”, completou.
Apesar de suas primeiras experiências com o samba, Nêssa é referência quando o assunto é swing baiano. No entanto, ela prefere não se definir artisticamente e chama a atenção para a capacidade que os artistas atuais têm de produzir músicas em diversos ritmos.
“Me definir artisticamente é muito complicado. A gente está vivendo uma era onde a música não tem gênero. Os artistas estão se permitindo sair da caixa e acaba que a gente não consegue definir o estilo musical que fazemos. Nas minhas músicas uso muitas referências musicais, mas a base podemos dizer que é o pagodão”, afirmou a cantora.
Durante esses cinco anos de carreira, Nêssa já lançou mais de 20 músicas nas plataformas digitais e tem no currículo trabalhos com diversas mulheres potentes como Iza e Anitta, por exemplo. Ainda durante a entrevista, a artista afirmou que suas maiores referências na música são mulheres negras. “Tenho como referência Beyoncé, Rihanna, Iza, Ludmilla e Larissa Luz, que tem uma presença de palco que me inspiro muito. Enfim, são mulheres em ascensão que moldam todo o cenário da música nacional e internacional. Me inspiro nessas mulheres”, disse.
Dificuldades e valorização
Apesar de todas as dificuldades que mulheres enfrentam para serem valorizadas no mercado musical, Nêssa afirma que quem quer seguir carreira precisa persistir. Segundo ela, “os perrengues” vão existir em todos os lugares.
“O desafio sempre vai exigir, independente do patamar que você estiver. Então, o conselho que dou para as meninas pretas que querem seguir carreira musical é: não se importe tanto. Tenha em mente que os perrengues sempre vão existir e não desista no primeiro desafio que aparecer. Se tratando de nós, mulheres pretas, sabemos que temos que ser o dobro, sempre dar o melhor em dobro para ser valorizada", afirmou Nêssa.
“O mercado já melhorou muito, mas ainda tem uma longa estrada pela frente. Falando do pagodão, eu acho que ainda falta muito para valorizar mais as mulheres. Temos muitas em destaque, mas sabemos que o mercado ainda invisibiliza muito essas mulheres”, concluiu.
Conheça o trabalho de Nêssa (aqui)