Mundo enfrenta "momento de perigo" devido à crise na Ucrânia, diz chefe da ONU
Em discurso, o secretário afirmou que a Rússia "violou a integridade territorial da Ucrânia"
Foto: ONU/Mark Garten/Divulgação
O secretário-geral da Organização das Nações Unidas, António Guterres, afirmou nesta quarta-feira (23), que a Rússia "violou a integridade territorial da Ucrânia", após o fato de Vladimir Putin, presidente russo, reconhecer a independência de duas províncias no leste ucraniano.
Para Guterres, "a decisão da Rússia de reconhecer a chamada 'independência' das regiões de Donetsk e Lugansk, e ações subsequentes, são violações da integridade territorial e da soberania da Ucrânia e são incompatíveis com os princípios da Carta da ONU".
Durante o evento, o gestor pediu um cessar-fogo entre as partes, para que possa haver negociações diplomáticas para resolver o assunto e ainda qualificou o caso como a "mais séria crise de segurança global dos últimos anos". A afirmação foi dada durante discurso em sessão da Assembleia Geral da ONU, para tratar o caso.
Sobre a decisão tomada por Vladimir Putin, presidente da Rússia, na última segunda, o ministro ucraniano das Relações Exteriores, Dmytro Kuleba, afirmou que os países ocidentais deveriam intensificar o envio de armas para a Ucrânia, para ajudar a combater uma eminente invasão russa.
Segundo o ministro ucraniano, Kiev tem reforçado suas defesas apenas por causa das "ameaças e ações" do vizinho. "A Rússia precisa retirar suas tropas do Estado soberano da Ucrânia", afirmou ele, dizendo que os ucranianos ainda têm "esperança na paz, que a diplomacia prevaleça".
Países ocidentais aprovaram as primeiras sanções após o reconhecimento da independência dos separatistas, na última terça (22).
O conflito entre os insurgentes e as autoridades ucranianas já tem duração de oito anos e gerou mais de 14 mil mortes.