Mutirões oftalmológicos no Brasil causaram complicações em cerca de 222 pessoas nos últimos 3 anos

Entre os anos de 2022 e 2025, cerca de 222 pessoas sofreram complicações após se submeterem a procedimentos cirúrgicos em mutirões oftalmológicos realizados ao redor do Brasil, segundo dados do Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO).

Desse total, 20% dos pacientes perderam a visão em um ou nos dois olhos. Segundo a CBO, o levantamento foi feito a partir de matérias publicadas pela imprensa.

Em outubro do ano passado, o conselho disponibilizou o Guia de Mutirões de Cirurgia Oftalmológica, destinados a gestores públicos e privados, profissionais de saúde e população em geral.

Para o CBO, os episódios de complicações oculares em pacientes, evidencia “gravidade do desrespeito aos critérios mínimos de segurança necessários para que atividades desse tipo sejam realizadas”.

Entre as orientações do CBO está atendimento em estabelecimentos com histórico de prestação desse tipo de serviço; médicos com Registro de Qualificação de Especialista (RQE) em oftalmologia; e acompanhamento dos pacientes por até 30 dias após o procedimento pela equipe responsável.

Casos

Um dos episódios mais recentes aconteceu no dia 15 deste mês, em Campina Grande, no agreste da Paraíba, no dia 15 deste. Segundo o CBO, após injeções de medicações intraoculares, mais de 30 pacientes apresentaram infecção e correm alto risco de perda visual.

Em setembro do ano passado, 12 pacientes perderam a visão por conta de complicações decorrentes após um mutirão para cirurgia de cataratas na cidade de Taquaritinga, no interior de São Paulo.

Já na capital paraense, 22 de 40 pacientes submetidos às cirurgias oftalmológicas enfrentaram problemas, enquanto no município de Parelhas (RN), uma falha nos procedimentos de higienização e esterilização de equipamentos cirúrgicos levou à contaminação de 15 dos 48 atendidos no local.

No Amapá, em 2023, de 141 procedimentos realizados em uma iniciativa semelhante, 104 apresentaram complicações.