"Na família do governador não há nenhum gigante", diz Lídice sobre ter sido tratada como "prefeitinha" por ACM
Parlamentar fez declaração em entrevista ao podcast O Lado B
Foto: FB Comunicação
Em entrevista ao podcast "O Lado B" da FB Comunicação, a deputada federal e ex-prefeita de Salvador, Lídice da Mata, expôs os desafios e a discriminação enfrentada na gestão municipal por ter uma posição diferente e independente do então governador da Bahia Antônio Carlos Magalhães (ACM).
Segundo Lídice, a discriminação se expressava em diversos veículos de imprensa. "Inclusive no jornal da família do governador, onde eu era tratada como 'prefeitinha', e uma vez eu até retruquei isso numa entrevista.", partilhou.
Ela ainda relatou um diálogo em que lhe disseram: "mas é porque a senhora é muito baixinha", ao que ela retrucou: "'Hitler também era bem baixinho e ninguém o tratava como Hitlerzinho, não ousavam tratá-lo assim. Na família do Governo do Estado, que eu saiba, não consta nenhum gigante, né? Eram todos baixinhos, mas não eram tratados assim. Ninguém chamava o governador de ACMzinho, né? Então não era isso, era o fato de, como mulher, ser tratada de forma mais desrespeitosa", acrescentou a deputada.
A ex-prefeita também relembrou um episódio durante uma manifestação de 8 de março (Dia Internacional da Mulher), em que ela e sua vice na época, Beth, participaram. "Chegamos mais tarde devido às atividades que tínhamos que concluir antes e saiu uma notinha que dizia: 'prefeita e vice participam de pequena manifestação das mal amadas'. Um pensamento classicamente machista, grosseiro e misógino, de tudo de ruim que você pode imaginar, porque naquele tempo ainda era possível isso acontecer", concluiu Lídice da Mata.
Veja um trecho da entrevista abaixo: