"Não sei, não sou pai de santo", afirma Otto Alencar sobre possibilidade de diálogo no Senado após adiamento da sabatina de Messias
A jornalistas, Alencar afirmou que irá marcar uma nova leitura e sabatina para Jorge Messias assim que o presidente Lula encaminhar a indicação por escrito ao Senado

Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado | Bruno Peres/Agência Brasil
O presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, Otto Alencar (PSD-BA), comentou nesta terça-feira (2) o cancelamento da sabatina do advogado-geral da União, Jorge Messias, indicado pelo presidente Lula (PT) ao Supremo Tribunal Federal (STF), anunciado pelo presidente do Senado e do Congresso Nacional, Davi Alcolumbre (União-AP). As sessões estavam agendadas para os dias 3 e 10 de dezembro.
Em conversa com jornalistas, Alencar afirmou que irá marcar uma nova leitura e sabatina para Jorge Messias assim que o presidente Lula encaminhar a indicação por escrito ao Senado e Alcolumbre repassá-la para a CCJ.
"Quando o Davi mandar, se o presidente mandar para o Davi, e o tempo é do presidente, se o Davi mandar para a CCJ, eu vou marcar a leitura e marcar a sabatina. Em nenhum momento tentamos atropelar os fatos, nem eu nem o Davi, sabíamos que só a mensagem do diário oficial não era suficiente, tinha que ser a mensagem com o currículo, tinha que mandar o currículo, e quem faz isso é o presidente da República", disse.
Alencar também pontuou que, diferente das últimas vezes, a vaga no STF está sendo disputada por dois candidatos, Messias e o senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG). "Eu disse há pouco, quando [Lula] encaminhou o Zanin, não tinha concorrente para o Zanin, quando [Lula] encaminhou o Dino, não tinha concorrente para o Dino, quando [Lula] encaminhou o Jorge Messias, dentro do Senado tinha um concorrente forte, que era o Rodrigo Pacheco, então isso de alguma forma é uma coisa atípica nos encaminhamentos", ressaltou.
"Pela primeira vez que você tem um senador que foi presidente do Senado duas vezes, um ótimo presidente do Senado, que deixou uma marca de trabalho, de respeito, que sustentou a democracia, que foi pela lisura das urnas, mostrou que não tinha fraude, se desentendeu com o próprio presidente da República, ao ponto de o Pacheco estar naquela lista de pessoas que seriam presas se houvesse o golpe. Ele lutou pelo Estado Democrático de Direito, foi frontalmente contra o 8 de janeiro, então se criou dentro do Senado Federal uma expectativa que podia ser ele", complementou.
Questionado sobre a possibilidade de um diálogo maior no Senado, com o adiamento da sabatina, Alencar afirmou que não sabe e que não é "pai de santo" para adivinhar. "Não sei, minha filha. Você fica perguntando como se eu fosse pai de santo, eu não sou pai de santo. Eu não sou pai de santo. Meu pai não era pai de santo. Minha mãe não era mãe de santo", declarou.


