'Não temos nenhum problema em corrigir a rota', diz Haddad sobre recuo no IOF
Conjunto de medidas com intuito de gerar receita bilionária repercutiu negativamente no mercado financeiro

Foto: Reprodução/Antônio Cruz/EBC
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), afirmou nesta sexta-feira (23), que o governo decidiu retroceder quanto a taxa de 3,5% em aplicações de fundos nacionais no exterior do chamado Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), uma das medidas informadas na véspera pela equipe econômica.
Em entrevista coletiva, no escritório do Ministério da Fazenda, em São Paulo, Haddad comentou que a mudança pontua não possui grande impacto sobre os anúncios feitos no dia anterior.
Haddad informou que o ministério recebeu uma série de subsídios de pessoas que operam nos mercados e informaram que a decisão poderia acarretar algum tipo de problema e passar uma mensagem que não era a desejada pelo Ministério da Fazenda.
O ministro da Fazenda defendeu o conjunto de medidas que deve faturar R$ 50 bilhões para auxiliara na economia brasileira, mas afirmou que entende a necessidade de revisão do item, para evitar especulações sobre as intenções da Fazenda.
“Não temos nenhum problema em corrigir a rota desde que o rumo traçado pelo governo seja mantido, de reforçar o arcabouço fiscal. Vamos continuar abertos ao diálogo sem nenhum tipo de problema e contamos com a colaboração dos nossos parceiros”, disse Haddad.
A decisão ocorre principalmente após a repercussão negativa da implementação do IOF no mercado financeiro. Na quinta-feira (22), o Ibovespa, indicador de desempenho médio das ações negociadas na bolsa de valores do Brasil, caiu 0,44%, o que fez o indicador fechar aos 137.272 pontos. Com o resultado, o dólar registrou alta de 0,32% e encerrou o dia em R$ 5,66.
Embora a taxação sobre aplicações de fundos nacionais no exterior tenha sido suspensa, a cobrança de IOF sobre remessas ao exterior por parte de pessoas físicas continua ativa, ainda em seus 1,1%, ou seja, sem alterações.
Segundo o Ministério da Fazenda, o principal intuito com a implementação do IOF é arrecadar R$ 20,5 bilhões em 2025, com o aumento das alíquotas, e R$ 41 bilhões em 2026, o que deve gerar R$ 61,5 bilhões de receita brasileira em dois anos.