"Não tenho que devolver dinheiro para o Consórcio do Nordeste", afirma sócio da Biogeoenergy
Empresa recebeu parte dos R$ 48 milhões da compra dos 300 respiradores
Foto: Reprodução TV Bahia
O empresário e sócio da Biogeoenergy, empresa que fabricaria os respiradores para o Consórcio Nordeste, Paulo de Tarso, afirmou nesta quinta-feira (11), em entrevista à TV Bahia , que não devolverá os R$ 24 milhões repassados pela Hempcare. Segundo o empresário, o valor foi totalmente investido para poder começar a fabricar os respiradores. A Hempcare é investigada pela Operação Ragnarok, acusada de receber R$ 48,7 milhões de reais do Consórcio Nordeste para a compra de 300 respiradores e não entregar no prazo.
"Primeiro, quando uma empresa recebe dinheiro, coloca no fluxo de caixa. Evidente que o dinheiro foi utilizado para compra de peças para respiradores, para tudo. O dinheiro pertence à empresa, que utiliza no que bem entender. Utilizamos no que bem entendemos. Compramos muitas peças, bastante equipamento. Todo o dinheiro foi gasto com ventilador e caixa da empresa", disse Paulo de Tarso.
Ainda de acordo com o empresário, ele não teria que devolver qualquer quantia ao Consórcio, uma vez que não fez nenhum negócio com o grupo. "Não tenho que devolver dinheiro para o Consórcio do Nordeste. Primeiro porque não fiz negócio com o Consórcio do Nordeste. Tenho que entregar os respiradores. Prometi entregar para o governo do estado, que se recusou a receber", afirmou o empresário.
Na semana passada, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) afirmou que os respiradores produzidos pela Biogeoenergy não possuem registro. O empresário negou que os respiradores fabricados pela empresa não tenham qualidade. "Nosso respirador passou no teste da Santa Casa, foi sabatinado pelo Ministério da Saúde e pelo Exército, que estão sabatinando respiradores no Brasil inteirinho. Ao contrário do governo da Bahia, os outros governos estão pedindo meu equipamento, para fazer demonstrações, testes. O equipamento foi ajustado para atender todas as necessidades de UTI e CTI", completou.
Após a deflagração da operação, o ex-secretário da Casa Civil, Bruno Dauster, pediu exoneração do cargo, alegando problemas pessoais. A Operação Ragnarok foi conduzida pela Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA).