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Bahia

"Nao vamos desocupar a area sem acordo" diz líder do MST sobre terras invadidas em fazenda de celulose

O Ministério do Desenvolvimento Agrário afirmou que tem atuado para mediar o conflito

Por Da Redação
Ás

"Nao vamos desocupar a area sem acordo" diz líder do MST sobre terras invadidas em fazenda de celulose

Foto: Reprodução

Integrantes do Movimento Sem Terra (MST) seguem construindo barracos de madeira nas áreas invadidas em Teixeira de Freitas, no extremo sul da Bahia. O terreno pertence a uma empresa de celulose e papel, que também sofreu a investida em Caravelas e Mucuri, na mesma região.

Desde que invadiu as áreas, na última segunda-feira (27), o MST tem derrubado eucaliptos para a construção dos barracos. Somente em Teixeira de Freitas, foram contabilizadas 150 pessoas no acampamento.

A Justiça estabeleceu a reintegração de posse de duas das três áreas, Teixeira de Freitas e Mucuri. No entanto, representantes do movimento afirmam que não foram notificados até o momento. "Soube que tinha essa reintegração, mas não recebemos notificação. Estamos aqui resistindo e enquanto não houver decisão da Justiça, ou acordo fechado com a empresa, não vamos desocupar a área", disse o diretor estadual do MST, Antônio Filho.

Além de protestar contra a monocultura do eucalipto, o MST pede o cumprimento de um acordo firmado em 2011 com a dona das áreas, a Suzano Papel e Celulose, no qual determinaria o assentamento de 750 famílias.

Em nota enviada no início da invasão, a Suzano destacou que não avalia legalidade na invasão e tomará as medidas cabíveis. Ainda segundo a empresa, cerca de sete mil empregos diretos são gerados na região, mais de 20 mil postos de trabalho indiretos e beneficia aproximadamente 37 mil pessoas pelo efeito renda.

O Governo da Bahia, também através de nota, afirmou ter criado uma comissão para realizar um diálogo entre as partes. Enquanto isso, a Federação da Agricultura e Pecuária da Bahia (Faeb) disse que repudia toda violação dos direitos dos produtores rurais baianos e que as invasões são crimes tipificados no Código Penal. Já o Ministério do Desenvolvimento Agrário ressaltou que tem atuado para mediar o conflito e acelerar o programa de reforma agrária.

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